Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, disse que "todos devemos trabalhar em conjunto para superar o estado de guerra", frisando que "a Rússia não pode ser bem sucedida", porque, se for, "significa que o direito internacional não serve para nada".
Este "estado de catástrofe", como apelidou o ministro, levou a que novas reuniões da NATO fossem agendadas, estando marcada para a próxima sexta-feira uma reunião entre os ministros dos negócios estrangeiros da NATO, em Bruxelas, para debater com o secretário de estado norte americano e a ministra britânica.
Em declarações à RTP3, Santos Silva referiu que "as sanções são a nossa reação e, ao mesmo tempo, a nossa exigência que a Rússia pare a sua agressão militar à Ucrânia".
Como tal, mencionou a possibilidade de aumentar a intensidade da interdição do acesso ao sistema de pagamentos internacionais, SWIFT, relembrando que existe a hipótese de agravar as medidas, nomeadamente "o isolamento internacional da Rússia", "as dificuldades de mobilidade de liberdade de movimentos colocados às pessoas singulares e coletivas" e ainda "as sanções dirigidas à economia russa".
Quanto à entrada da Ucrânia na NATO explicou que é um “processo muito demorado e complexo” devido ao facto de os países candidatos terem que provar a capacidade de integrar “todo o acervo que constitui a união”. Contudo, salienta que a NATO foi construindo parcerias, referindo a parceria ambiental da Ucrânia com a organização.
“O essencial é o que fazemos agora. A Ucrânia está sob guerra, sob invasão militar da Rússia e devemos apoiar a Ucrânia agora”, reiterou o ministro, esclarecendo que Portugal tem participado em todos os debates tanto da União Europeia como da NATO, "sempre com a preocupação de tomar decisões em conjunto".
"A Rússia está neste momento a bombardear civis, o que é um crime de guerra", reforçou, defendendo que “até a guerra tem regras e princípios que devem ser seguidos”. Acrescentou ainda que este conflito não resulta de nenhuma provocação que a Ucrânia tenha feito à Rússia, "a Rússia invadiu a Ucrânia de uma forma que desafia qualquer convenção internacional e qualquer norma de conduta civilizada".
Santos Silva admitiu que "é bom que já tenha havido uma primeira reunião entre a Rússia e a Ucrânia", confessando que "seria importante uma segunda". Porém, apoia Zelensky quando o presidente ucraniano diz que “não é concebível que haja um qualquer avanço negocial sem para pelo menos os bombardeamentos a estruturas civis”.
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