"Neste momento, já temos 86 atendimentos efetuados no SEF. Inicialmente, a informação era que tínhamos 73 turistas retidos aqui na Madeira, portanto já estão a chegar mais pessoas", indicou a secretária regional da Inclusão Social e Cidadania, Rita Andrade, numa conferência de imprensa de balanço da situação dos cidadãos ucranianos retidos na região devido ao conflito que se vive no seu país.
Segundo a governante, 27 pessoas estão hospedadas num hotel, no Funchal, através da linha de emergência social, 35 "não precisam imediatamente de ajuda" e 24 cidadãos vão necessitar de apoio quando as suas estadias terminarem na Madeira.
Rita Andrade revelou também que 45 empresas da região autónoma manifestaram interesse em receber trabalhadores, correspondendo a 80 postos de trabalho.
As ofertas são, na sua maioria, nas áreas da restauração e do turismo, havendo também "muita oferta" no setor automóvel e na área da construção civil, disse, acrescentando que as empresas estão a pedir "pessoas mais e menos qualificadas".
A secretária regional da Inclusão Social e Cidadania adiantou ainda que 17 famílias madeirenses já se voluntariaram para acolher ucranianos.
Rita Andrade ressalvou, por outro lado, que os turistas ucranianos a chegar, entretanto, à região não se enquadram no mesmo tipo de apoios daqueles que já estavam na ilha quando o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia teve início e que já estão a ser apoiados pela linha de emergência social.
A Loja do Cidadão da Madeira terá, a partir de terça-feira, um balcão dedicado exclusivamente ao atendimento destas pessoas.
A secretária regional, do governo madeirense de coligação PSD/CDS-PP, sublinhou também que "os números vão aumentar", não sendo possível "quantificar hoje quantas pessoas estão a chegar".
Mas, "ninguém vai ficar desprotegido" e as pessoas "vão ser todas acompanhadas", garantiu.
Na conferência de imprensa, que contou com a presença do presidente da Associação de Casas do Povo da Madeira (ACAPORAMA), Sérgio Oliveira, foi ainda anunciado que, a partir de quinta-feira, os cidadãos ucranianos que pretendam podem usufruir de aulas de português.
As sessões, promovidas pela Academia Solidária da ACAPORAMA, vão acontecer, para já, no hotel onde estão alojados 27 dos 86 ucranianos, no Funchal, sendo que várias instituições já disponibilizaram espaços para acolher estas aulas.
A associação está atualmente preparada para dar resposta a 80 alunos, divididos por quatro grupos de cerca de 20 elementos, mas poderá ajustar-se à procura.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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