Falta de médicos? É necessário ter "consciência do reforço" do SNS

A ministra da Presidência frisou que a falta de médicos nos serviços de urgência "é um problema a que temos de responder", mas lembrou que "existem mais 28 mil profissionais de saúde" do que os que existiam em 2015.

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Márcia Guímaro Rodrigues
15/06/2022 23:54 ‧ 15/06/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

País

Mariana Vieira da Silva

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, destacou, esta quarta-feira, que é necessário ter “consciência do caminho que tem sido feito no reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos últimos anos”.

Em entrevista ao programa Grande Entrevista da RTP3, a governante frisou que, atualmente, “existem mais 28 mil profissionais de saúde” do que os que existiam em 2015, antes de o primeiro governo de António Costa tomar posse. “Isto acontece nas mais diferentes áreas, incluindo também nos médicos especialistas, onde temos um crescimento de cerca de 23%”, explicou.

Especificando que, ao “relembrar o caminho” do SNS, não pretende “reduzir o problema” que se vive atualmente nos serviços de urgência por falta de médicos, sobretudo nos serviços de ginecologia/obstetrícia, Mariana Vieira da Silva frisou que sabe que existem “desafios muito grandes pela frente”, no entanto, há “um caminho de progressão, de progresso e melhoria”. 

“É um problema a que temos de responder. Ainda hoje, a ministra da Saúde explicou em traços gerais a resposta que procuramos dar. É uma resposta que exigirá muito da sociedade portuguesa e não apenas do Governo, porque, perante um problema desta dimensão, será preciso fazer um trabalho de reorganização da rede, será preciso fazer um trabalho de reforço da remuneração dos médicos que cumprem estes horários, que são difíceis”, afirmou.

Falta de médicos "é um problema deste momento específico, que provavelmente acontecerá também durante o verão"

Questionada sobre o facto de as grávidas terem de se deslocar dezenas de quilómetros para aceder a um serviço de urgência de ginecologia/obstetrícia, a responsável reiterou que existem problemas “a resolver”, mas rejeita, “neste momento”, chamar-lhes “falhas”.

A ministra da Presidência referiu, tal como já apontado pelo primeiro-ministro, que a falta de médicos “é um problema deste momento específico, que provavelmente acontecerá também durante o verão”, ao que acresce um “problema mais estrutural”.

“Ao problema mais estrutural, precisamos de responder com uma reorganização da rede, com o reforço do número de trabalhadores - o que implica também um debate com a Ordem dos Médicos sobre o número de especialistas em algumas destas áreas onde há carência - e um reforço salarial”, explicou.

Já no “tema conjuntural”, a ministra admite que “em Portugal se trabalha pouco em rede” e que, devido à pandemia de Covid-19, vários trabalhos nesse sentido foram abandonados. “Temos agora de recuperar o tempo perdido, foi isso mesmo que a ministra da Saúde anunciou hoje e procurar responder. Mas quero sinalizar que esta não é uma resposta do Governo numa sala. É uma resposta que tem de ser feita em diálogo com os profissionais, em diálogo com as administrações hospitalares e que precisa da intervenção da sociedade como um todo”, referiu.

Mariana Vieira da Silva questionou ainda “em que situação” estaria o país se não tivesse havido um reforço do número de médicos ao longo dos últimos seis anos ou se “continuássemos com uma redução fortíssima que foi feita nos anos anteriores ao número dos enfermeiros”. 

Esta quarta-feira, ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou as medidas a tomar para fazer frente à falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante os meses de verão. Em conferência de imprensa, a governante anunciou a criação de uma comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos e revelou ainda que irá discutir já amanhã o aumento das renumerações com os sindicatos.

Leia Também: Obstetrícia. Marta Temido anuncia criação de comissão de acompanhamento

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