O Presidente da República considerou, esta sexta-feira, em declarações na antena da SIC, que José Eduardo dos Santos foi um "protagonista decisivo em momentos mais diversos", desde os anos 70 até 2017, quando foi substituído por João Lourenço.
Em reação à morte do antigo líder angolano, que ocorreu hoje, em Barcelona, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que já tinha apresentado as condolências à família e também ao atual chefe de Estado de Angola, que decretou cinco dias de luto nacional.
Neste âmbito, Marcelo referiu que José Eduardo dos Santos, que tinha 79 anos, foi uma "personalidade que marcou relações num período particularmente sensível". Sublinhando que ainda é desconhecida a data das cerimónias fúnebres, garantiu que estaria presente e que com ele estaria também o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
Já numa nota publicada minutos depois no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: "O Presidente José Eduardo dos Santos foi o interlocutor de todos os Presidentes Portugueses em Democracia, durante quatro décadas, constituindo um protagonista decisivo nas relações entre os Estados e os Povos Angolano e Português".
O responsável sublinhou ainda que "Portugal testemunha o respeito devido a essa longa memória, em período determinante para o nascimento e o arranque da CPLP e do engrandecimento das nossas relações bilaterais após a descolonização".
José Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.
Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual chefe de Estado angolano, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola, que governa o país desde a independência de Portugal, em 1975.
[Notícia atualizada às 15h57]
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