Chantagem nuclear? "Putin mente com todos os dentes e nem se preocupa"

"Eu ainda não ouvi nenhum dirigente de um país da NATO fazer chantagem nuclear com a Rússia", destacou o historiador José Milhazes.

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Márcia Guímaro Rodrigues
21/09/2022 08:39 ‧ 21/09/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

País

José Milhazes

O historiador e jornalista José Milhazes considerou, esta quarta-feira, que o presidente russo, Vladimir Putin, “mente” quando diz que o Ocidente tem ameaçado a Rússia com “armas nucleares”. Em causa está o facto de Putin ter afirmado, no seu primeiro discurso à nação desde o início da invasão russa, que o Ocidente faz “chantagem nuclear em Zaporíjia”.

“A propaganda russa já chegou a um ponto em que se pode dizer que o discurso do presidente Putin é moderado”, começou por afirmar. “Putin mente com todos os dentes, mas nem sequer se preocupa. Quando ele diz que só 3% dos cereais que saem da Ucrânia é que vão para os países pobres e o resto vai tudo para a Europa. Viu-se as contas e era mentira, completamente. Mas ele diz isto com as maiores das facilidades”.

As mesmas mentiras acontecem com as “ameaças nucleares” do Ocidente, que segundo Putin, “admite o emprego de armas de destruição massiva contra a Rússia”. “Eu ainda não ouvi nenhum dirigente de um país da NATO fazer chantagem nuclear com a Rússia, mas já vi - ainda ontem [Dmitry] Medvedev disse o mesmo - que a Rússia pode utilizar todos os meios que tem à disposição”, considerou o historiador. 

Milhazes considerou que o discurso de Putin, realizado a poucos dias dos referendos a realizar em Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson, foi uma “ameaça”.

“Isto é chantagem e é chantagem num momento em que estão a ser realizados referendos. Os referendos fazem parte desta política de chantagem porque isto vai colocar a tal questão de que aqueles territórios serão russos e qualquer ataque da Ucrânia com armas da NATO, será considerado um ataque ao território russo”, explicou.

Sublinhe-se que Putin anunciou, esta quarta-feira, uma "mobilização militar parcial". Segundo o chefe de Estado, o decreto já foi assinado e a medida entra hoje em vigor. A decisão foi justificada com a necessidade de proteger "o povo russo nas terras libertadas". 

Leia Também: AO MINUTO: Putin anuncia mobilização militar; 300 mil chamados a combater

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