"Inaceitáveis". Prótoiro repudia ameaças a autarcas da Póvoa de Varzim

A Federação Portuguesa de Tauromaquia (Prótoiro) manifestou hoje o seu "repúdio" para com os atos intimidatórios de que foram alvo aos autarcas da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, mas também da "tentativa de ligar a tauromaquia" a essas ameaças.

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Lusa
29/09/2022 18:17 ‧ 29/09/2022 por Lusa

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A posição da Prótoiro surge depois de na terça-feira o presidente da câmara poveira, Aires Pereira, o seu vice-presidente, Luís Diamantino, e o presidente da Assembleia Municipal, Afonso Pinhão Ferreira, terem recebido ameaças de morte através de uma mensagem em envelopes contendo balas.

O incidente aconteceu um dia depois de autarquia ter iniciado a demolição da Praça de Touros da Póvoa de Varzim para, no local, edificar um pavilhão multiusos, mas que não contempla eventos tauromáquicos.

"A Prótoiro repudia veementemente as ameaças que terão sido feitas aos autarcas da Póvoa de Varzim e assim como qualquer comportamento que atente contra a vida humana. Atos desse tipo são totalmente inaceitáveis segundo os valores humanistas e democráticos da tauromaquia", pode ler-se num comunicado emitido.

Por outro lado, o organismo também diz "repudiar qualquer tentativa de ligação da tauromaquia a estes atos de forma ligeira, resultando de processos de intenções", lembrando que "qualquer ato criminal diz respeito somente a quem se apure que o tenha praticado".

Sobre a demolição da Praça de Touros para a construção do pavilhão, apelidado de Póvoa Arena, a Prótoiro considerou que a atuação da autarquia e do seu presidente "tem sido acintosa e pejada de falsidades, com inúmeras ilegalidades apontadas à câmara".

"É um processo longe da sua conclusão e seguirá o seu caminho judicial até ao apuramento de todas as responsabilidades em tribunal, o local onde se dirimem democraticamente os diferendos entre pessoas e instituições", diz o comunicado.

Recorde-se que a praça de touros da Póvoa de Varzim começou segunda-feira a ser demolida, depois de um interregno de dois anos devido a uma alegada providência cautelar interposta por uma associação local, a que, segundo a Câmara da Póvoa de Varzim, o tribunal não deu provimento.

As operações começaram depois de a autarquia ter esclarecido, na quinta-feira, que recebeu a informação de que a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto transitou em julgado, dando luz verde para que as obras para a construção de um pavilhão multiusos, que vai ser erguido no mesmo local, possam avançar.

A obra, com um custo previsto de cerca nove milhões de euros, foi anunciada em 2019, mas no ano seguinte, já depois do lançamento do concurso público para a empreitada, o processo de demolição foi travado pela Justiça, na sequência de uma ação movida pela Patripove (Associação de Defesa e Consolidação do Património Poveiro).

Essa mesma associação esclareceu, hoje, em comunicado, que "intentou uma ação popular, a qual ainda decorre e não tem qualquer sentença proferida", dizendo ser "mentira que exista uma decisão que já tenha decidido a ação em causa", garantindo que "o processo está longe de estar terminado e continua em tribunal".

A Patripove disse, ainda, que "suscitou junto do Tribunal uma série de ilegalidades referentes ao processo de decisão de demolição do edifício da Praça de Touros e da decisão referente ao projeto, financiamento e edificação do denominado Póvoa Arena".

Apesar deste diferendo, a associação vincou que "repudia quaisquer atos ilegais e intimidatórios que tenham sido realizados, defendendo sempre a legalidade e o respeito por todos".

Leia Também: Autarcas da Póvoa de Varzim recebem ameaças com balas em envelopes

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