Polónia? "Não se verificou nenhum ataque deliberado por parte da Rússia"
O embaixador português na NATO garantiu que, "se houver um ataque por parte da Rússia", "não há qualquer dúvida" de que a aliança se irá defender.
© JOHN THYS/AFP via Getty Images
País Pedro Costa Pereira
O embaixador de Portugal na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Pedro Costa Pereira, afirmou, esta quarta-feira, que "não se verificou nenhum ataque deliberado da Rússia no território da aliança atlântica", mas garantiu que "não há qualquer dúvida" de que a NATO se irá defender "se for atacada pela Rússia".
"Não há qualquer dúvida que a NATO, se for atacada pela Rússia, se irá defender. Isto tem sido dito com constância, com coerência. Irá defender cada centímetro do seu território", afirmou aos jornalistas, na saída de uma reunião de emergência da NATO, pedida pela Polónia, em Bruxelas.
"Neste momento, não se verificou qualquer ataque deliberado por parte da Rússia no território da aliança atlântica", acrescentou.
O responsável lembrou que, segundo as informações obtidas até ao momento, "o que aconteceu foi que um míssil lançado pela Ucrânia para intercetar um míssil russo caiu no território da Polónia".
Segundo Costa Pereira, um dos pontos destacados na reunião desta manhã foi a "solidariedade para com a Polónia" e "para com a Ucrânia na sua legítima defesa em relação à Rússia".
"Se houver um ataque por parte da Rússia ao território ou às populações da aliança atlântica, os mecanismos estão previstos e colocar-se-ão em funcionamento de forma absolutamente segura", frisou.
Reforçando que "ainda não há uma conclusão definitiva a este respeito", Pedro Costa Pereira vincou que "evidentemente que não há um qualquer assacar de responsabilidades (...) e a Ucrânia exerce o seu direito à legítima defesa, tal como consagrado na Carta das Nações Unidas e tem todo o apoio da NATO a esse respeito".
"Estamos todos completamente unidos no Conselho [do Atlântico Norte] no que diz respeito a condenar aquilo que se passou por parte da Rússia [...], na solidariedade para com a Polónia e para com a Ucrânia no seu direito à legítima defesa. Não houve qualquer divergência hoje no Conselho relativamente a isso e nem tinha que haver", assegurou o embaixador português junto da NATO.
Pedro Costa Pereira adiantou que, "se porventura se tivesse verificado que a situação fosse diferente daquela que neste momento parece ser, muito provavelmente o artigo 4.º teria sido acionado e não teria havido qualquer divergência por parte de qualquer Aliado relativamente a isso".
O artigo 4.º da NATO é ativado quando há uma ameaça à integridade territorial, independência política ou à segurança, lançando as consultas formais entre os Aliados sobre um determinado acontecimento no território da Aliança Atlântica.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse hoje que a explosão que matou duas pessoas na Polónia "foi provavelmente causada" por um míssil ucraniano, mas ressalvou que "não é culpa da Ucrânia".
"A Rússia tem a responsabilidade última, uma vez que continua a sua guerra ilegal contra a Ucrânia", disse em conferência de imprensa.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e quase dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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