Costa e Moedas? "Deve ter a ver com qualquer coisa que desconheço"
"Eu só posso falar por mim", reiterou Marcelo, considerando que o contacto com o autarca lisboeta foi "permanente".
© RTP
O Presidente da República rejeitou, esta sexta-feira, comentar a alegada falta de comunicação entre o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas.
Questionado sobre se a situação da inexistência de comunicação entre os dois responsáveis era normal, Marcelo afirmou: "Isso deve ter a ver com qualquer coisa que eu desconheço", lado do autarca de Lisboa, numa festa de Natal com as pessoas em situação de sem-abrigo, em Lisboa.
"Eu só posso falar por mim", reiterou Marcelo, considerando que o contacto com o autarca lisboeta - assim como outros de outras zonas do país - foi "permanente".
"Foram dias muito difíceis", considerou, explicando que a comunicação tinha sido feita mais do que uma vez entre si e Carlos Moedas.
"É muito importante que as populações sintam que o poder está próximo, aqueles que tem responsabilidade estão próximos - os que têm maior responsabilidade e têm a situação mais difícil são os autarcas - quer os presidentes de câmara, quer os responsáveis pelas freguesias", apontou.
Perante a rejeição em falar da inexistência de chamadas entre Costa e Moedas, "numa altura tão difícil", como salientou aos jornalistas, Marcelo foi novamente questionado sobre a eventual responsabilidade do primeiro-ministro em contactar o presidente da CML
"Percebi a pergunta", salientou, acrescentando: "Não queria ser eu propriamente a estar a formular um juízo sobre a maneira como os responsáveis políticos, em cada caso, reagem", considerou. "Embora fosse mediaticamente muito interessante, não é o fundamental", apontou, garantindo que não tinha acompanhado a 'troca de palavras' entre os dos responsáveis.
"Não vou comentar casos especiais", rematou, perante a persistência dos jornalistas.
E outros assuntos?
Já questionado sobre a sua visita ao Hospital de Santa Maria na quinta-feira, Marcelo disse que viu "uma distribuição muito inteligente que separa os casos respiratórios, que são muitos", afirmou. "[O contentor onde estão] tem uma capacidade própria a esse tipo de urgências. O que permite depois, noutras urgências, não estão a fazer uma pressão tão grave", afirmou, sublinhando que ontem não era um dia com uma pressão tão grande.
A visita surge no mesmo dia em que o ministro da Saúde, que acompanhou o chefe de Estado na visita, admitiu eventuais constrangimentos nestes serviços na altura do Natal.
"Há uma coisa que percebi, e que acho que o Governo está consciente disso", afirmou, referindo-se a uma "mudança grande" com a criação da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde.
"Só que isso exige que saiam várias leis que possam dar os poderes quer às entidades que devem atuar, quer autonomia para as unidades que integram o SN poderem atuar por si", considerou, referindo que esses diplomas deverão existir o mais rapidamente possível. "Senão estamos numa situação em que já é o esquema que funcionava, e ainda não é o novo esquema que se quer que funcione. Fica-se entre as 8 e as 9", rematou.
"É evidente que há um programa para fazer face àquilo que são os problemas inverno", apontou, explicando que quem tem que intervir, disponha rapidamente dos meios legais.
Confrontado com as 13 horas de espera para os doentes não urgentes que estava registado no Hospital de Santa Maria, Marcelo foi peremptório: "O senhor Ministro [da Saúde] é médico, sabe", defendeu.
[Notícia atualizada às 16h47]
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