O Movimento Democrático Mulheres (MDM) convocou para este sábado uma manifestação, em Lisboa, para reivindicar direitos.
O encontro, marcado para as 14h30, partiu da Praça dos Restauradores em direção à Praça do Comércio.
Milhares de manifestantes, entre os quais se encontravam crianças e homens, desfilaram por ruas lisboetas por forma a exigir menor precariedade e mais valorização, entre outras coisas.
As imagens mostram também bandeiras do Brasil, marcando assim a comunidade brasileira que está em Portugal. Nas redes sociais, há também fotografias de mulheres que chegaram de vários pontos do país, como Santiago do Cacém ou Leiria.
Foram também levados cravos para os protestos.
"As roupas não vão mudar o mundo, as mulheres que as vestem sim. Os nossos direitos não podem esperar", lê-se num dos cartazes.
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Em declarações à Lusa, a dirigente do MDM frisou que "o 8 de março não é uma data simbólica, (...), tão pouco é uma data comercial ou comerciável, como muitos querem tentar fazer, é uma data que continua associada a algo muito fundamental (...): a luta das mulheres por condições de vida e de trabalho dignas numa sociedade contemporânea".
Antes da chegada à zona final do desfile, a manifestação foi saudada com palmas do secretário-geral do PCP e da secretária-geral da CGTP.
Aos jornalistas, Paulo Raimundo evidenciou os "problemas próprios" das mulheres - mais desemprego e precariedade, salários mais baixos, mais prejudicadas pelo aumento do custo de vida e no acesso as serviços públicos.
"Solidário" com as manifestantes, a quem elogiou "a determinação", o secretário-geral do PCP frisou que uma sociedade "completamente livre e democrática" depende de direitos iguais para mulheres e homens.
A adesão à manifestação dá-lhe "confiança para o futuro", no sentido de que as pessoas vão "agarrar nas mãos a resolução dos problemas".
Reconhecendo que "faltam mais mulheres em todas as vertentes da vida", incluindo nos partidos, Paulo Raimundo escolheu o aumento do custo de vida e a discriminação salarial e laboral como as principais ameaças à igualdade.
Uns metros à frente, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, reconheceu que "as mulheres trabalhadoras têm muitas razões para lutar", sublinhando que, "para haver igualdade no trabalho, é preciso que haja um aumento geral dos salários, acabar com a precariedade, garantir os direitos".
A sindicalista não desvaloriza a conquista de "muitos direitos" para as mulheres, alertando, porém, para o hiato entre a lei e a vida quotidiana.
Iniciativa do MDM aberta a todas as pessoas e movimentos que partilhem da exigência de que "os direitos das mulheres não podem esperar", a manifestação serviu também para apelar à paz.
O lema "Igualdade é agora" foi transmitindo a urgência que juntou milhares de pessoas num percurso que levou mais de duas horas. "Somos muitas, muitas, mil, para continuar Abril", ouviu-se.
Veja imagens da manifestação na galeria acima.
[Notícia atualizada às 20h13]
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