No editorial do dia, assinado pelo diretor, Adriano Callé Lucas, alerta-se para um cenário preocupante em Portugal e pede-se uma reforma eleitoral, que aproxime os eleitores dos seus eleitos.
"Assistimos, hoje, a uma grave degradação das instituições e da classe política, em cujas mãos os eleitores depositam, democraticamente, a condução dos destinos do país, o que põe em causa o nosso futuro".
O diretor do jornal diário enfatizou, naquele editorial, que, "sem as reformas necessárias que libertem a sociedade civil dos excessos burocráticos e da enorme carga fiscal" em que se vive, "que não permitem que a economia se desenvolva, sem uma reforma eleitoral - que aproxime os eleitores dos seus eleitos - e sem uma justiça eficaz, Portugal caminha para uma perigosa estagnação e envelhecimento, em que os mais novos e os mais capazes emigram".
"Por alguma razão estamos cada vez mais na cauda da Europa, a ser ultrapassados, um a um, por todos os países do Leste Europeu que se libertaram do comunismo há 30 anos. Precisamos de renovar rapidamente o nosso sistema democrático. Faz-nos falta uma verdadeira democracia 'à inglesa', onde as instituições funcionam eficazmente desde há centenas de anos".
Callé Lucas alertou que, ali, "os deputados são eleitos, através de círculos uninominais, diretamente pelos cidadãos (e, com muito poucas exceções, só os deputados assim eleitos podem ser membros do governo, ao contrário do que por cá se passa em que são escolhidos pelo chefe do partido sem qualquer ligação e responsabilização direta perante os eleitores)".
"Parece que quem governa o nosso país já não tem como missão principal a defesa dos seus cidadãos, mas sim a dos seus próprios interesses políticos, ou outros, a qualquer custo. Não fazem as reformas de que o país precisa e agarram-se ao poder, com a inoperância de um sistema judicial que os mesmos políticos tardam a reformar e se encarregam de minar, provavelmente para se colocarem a salvo do mesmo".
O diretor daquele jornal disse também que, "neste cenário preocupante, ganha ainda maior importância o papel de uma Imprensa livre e independente que informe com verdade. É a nossa postura desde 1930, que hoje reafirmamos e que nos continuará a reger em prol dos nossos leitores, que são a nossa razão de ser".
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