O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse esta terça-feira que o concurso para a colocação de médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS) "correu bem e superou todas as expetativas".
A reação do governante surge após ter sido divulgado que quase 70% das vagas abertas neste âmbito ficaram por preencher.
Questionado pelos jornalistas sobre o tema, Manuel Pizarro explicou a sua posição: "Se nós criamos 978 vagas e sabemos que só há 300 candidatos, é evidente que a maior parte das vagas não podem ser ocupadas".
Ainda assim, o governante defendeu o seu argumento dizendo que foi, desta vez, possível "recrutar mais de 90%" dos "médicos que acabaram a especialidade" e "ir fora do sistema de saúde buscar 36 médicos que estavam fora dele e que regressaram, agora, ao SNS". E reforçou: "Não era possível imaginar que este concurso corresse melhor".
Apesar de um concurso que considera ter sido "um sucesso", o ministro da Saúde reconheceu que o mesmo "não resolve os problemas todos", pois o SNS precisa ainda "de mais médicos". Mas deixou, neste sentido, uma garantia: "estamos a formar mais médicos e a criar condições para atrair mais profissionais para o SNS".
Em jeito de avaliação das causas para os problemas atuais do SNS, Manuel Pizarro deu uma explicação inicial: "formamos menos médicos do que aquilo que era necessário, e fizemos isso durante muitos anos". Perante este cenário, acrescentou, o Governo está agora "a tentar compensar", visto que "nos últimos três anos, em cada ano, entraram para a especialidade de Medicina Geral e Familiar mais de 500 médicos".
"Mas isso não apaga os muitos anos, em décadas passadas, em que formámos menos do que era necessário", apontou, destacando ainda que, este ano, o SNS "conseguiu uma capacidade de atração que não é fácil superar", fazendo novamente referência aos números desta última colocação.
Os resultados do concurso para médicos de família, divulgados na sexta-feira, mostraram ainda que 81% das vagas para especialistas em Medicina Geral e Familiar na região de Lisboa e Vale do Tejo ficaram por ocupar. O contrário aconteceu, ainda assim, na região Norte, em que a quase totalidade dos postos disponíveis foi ocupada.
Contas feitas, das 978 vagas que foram a concurso, apenas 314 foram efetivamente ocupadas (o equivalente a 32% do número total).
[Notícia atualizada às 15h50]
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