O primeiro-ministro, António Costa, deu, esta segunda-feira, uma conferência conjunta com o presidente de Angola, João Lourenço, durante a qual reforçaram a excelente cooperação entre os dois países, assim como abordaram outros temas, como, por exemplo, a eventual presença do chefe de Estado angolano, João Lourenço, nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
Questionado pelos jornalistas sobre as críticas que foram surgindo em relação a esta possibilidade, Costa defendeu que não só Lourenço seria convidado, como os chefes de Estado de todos os países de língua portuguesa receberão um convite oficial para "se associarem à celebração".
"Portugal - e Angola - e os países de língua oficial portuguesa têm uma história comum, marcada também por uma luta comum e contra o colonialismo. Tivemos a felicidade um preço de libertação gémeo", começou por contextualizar, acrescentando que a luta de libertações dos povos africanos contribuiu "significativamente para o derrube da ditadura" e o "25 de Abril acelerou o processo de libertação de todos estes povos".
"Por isso, celebraremos os 50 anos do 25 de Abril em 2024. Em setembro, assinalaremos os 50 anos da independência da Guiné-Bissau e em 2025 a independência do conjunto dos países africanos de língua oficial portuguesa", enumerou, considerando que todos estes são "momentos de celebração conjunta".
É, em certa medida, uma libertação conjunta. É por isso que, com muito gosto, espero que todos venham a aceitar o convite formulado formalmente pelo Presidente da República
Assim, o Presidente da República irá, de acordo com o chefe de Governo, dirigir um convite aos chefes de Estado de todos os países de língua oficial portuguesa "para se associarem à celebração dos 50 anos do 25 de Abril".
"É, em certa medida, uma libertação conjunta. É por isso que, com muito gosto, espero que todos venham a aceitar o convite formulado formalmente pelo Presidente da República [...]. É com muita alegria que podemos celebrar essa libertação mútua", rematou Costa.
De recordar que António Costa convidou hoje o presidente angolano para estar presente nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, sustentando que a revolução portuguesa foi um passo que também representou a libertação de Angola, no âmbito daquela que é a 2.ª visita oficial a Angola.
João Lourenço já tinha, numa entrevista ao Expresso, manifestado disponibilidade para visitar Portugal em 2024, no 50.º aniversário do 25 de Abril e festejar em conjunto os 50 anos da independência do seu país, no ano seguinte.
"Com certeza que estou disponível, tudo depende da vontade das autoridades portuguesas. Se eu for convidado, irei com muito gosto", disse João Lourenço numa entrevista conjunta à Lusa e ao jornal Expresso.
As críticas não se fizeram esperar e foram surgindo, entre as quais da Amnistia Internacional, que considerou um "insulto" a vinda do presidente de Angola a Portugal no âmbito desta comemoração.
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