De acordo com o grupo, o volume de negócios no mesmo período foi de 980 milhões de euros, uma diminuição de 14% face ao primeiro semestre do ano passado.
Já o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) atingiu 253 milhões de euros, uma queda de 27% em termos homólogos, lê-se na mesma nota.
"O ano de 2022, foi marcado por uma anormal escassez de oferta papeleira na Europa, sobretudo na 1.ª metade do ano, com consequente volume anormal de encomendas", disse a empresa, acrescentando que a "normalização das condições de mercado vividas em 2022, condicionou fortemente o setor no 1.º semestre de 2023, tendo-se assistido à continuação do processo lento de redução dos stocks acumulados em toda a cadeia de distribuição, ao longo do ano transato".
Segundo a Navigator, "este desequilíbrio afetou significativamente a procura em todos os segmentos de papel, à exceção do segmento de 'tissue'", sendo que, condicionado pelo atual contexto de abrandamento económico, o processo de 'destocking' está a demorar mais do que o antecipado".
O grupo fechou o semestre com um endividamento líquido de 573 milhões de euros, "impactado pela aquisição da Gomà-Camps Consumer no 1.ºT [primeiro trimestre], pela distribuição de 200 milhões de euros dividendos no 2.ºT [segundo trimestre] e pelo valor de IRC pago em maio".
No que diz respeito ao segundo trimestre, a empresa registou um volume de negócios de 478 milhões de euros, menos 26% do que no período homólogo. Os resultados líquidos destes três meses foram de 66 milhões de euros, diminuindo 41% em relação ao segundo trimestre de 2022.
A Navigator disse ainda que, nos primeiros seis meses deste ano, "o montante total de investimentos ascendeu a 113 milhões de euros" face a 34 milhões de euros no período homólogo, indicando que "inclui maioritariamente investimentos direcionados para a manutenção da capacidade produtiva, modernização dos equipamentos e melhoria de eficiência, projetos estruturais e de segurança".
Entre os investimentos, a empresa destaca "a nova Caldeira de Recuperação em Setúbal, o Novo Parque de Madeiras na Figueira, investimento no tratamento de águas residuais (ETAR em Setúbal), lavagem e crivagem de pasta HYKEP e tratamento de cinzas da Caldeira de Recuperação em Aveiro".
A Navigator destacou ainda que "foi concluída a distribuição aos colaboradores, daquela que constituiu a maior compensação por desempenho e produtividade" da sua história, num total de 34 milhões de euros.
Nas suas perspetivas para o futuro, o grupo disse que "o atual enquadramento geopolítico, com o prolongar da guerra na Ucrânia, e contexto macroeconómico, com a desaceleração das principais economias mundiais, continuam a não permitir suficiente visibilidade sobre a evolução de mercado, o que exigirá uma constante adaptação à realidade".
No entanto, "a nível global, mas na Europa em particular, há reduções temporárias ou definitivas de capacidade já anunciadas no setor papeleiro, no seguimento de decisões estratégicas, motivadas pela perda de rentabilidade das operações, tendo em conta a manutenção de elevados custos variáveis".
Por outro lado, referiu, "uma progressiva normalização do volume de 'stocks' ao longo da cadeia de distribuição poderá contribuir para moderar essa pressão negativa".
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