Ameaças na JMJ? "Não há nenhum indício que me tire o sono"
O líder do Sistema de Segurança Interna revelou que o trabalho de preparação da JMJ tem incluído mais de 33 entidades nacionais e internacionais.
© Embaixada de Portugal na Rússia
País JMJLisboa2023
Paulo Vizeu Pinheiro, líder do Sistema de Segurança Interna (SSI) revelou, esta quarta-feira, que, durante a semana da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, haverá "polícias de Espanha, França, Itália, também Polónia e Canadá" nas forças destacadas para Lisboa.
Em entrevista à RTP3, Vizeu Pinheiro nomeou as várias entidades com que tem vindo a trabalhar ao longo do último ano, de forma a garantir o evento - que promete trazer à capital mais de 1 milhão de pessoas - decorra com tranquilidade. PSP, GNR, ASAE e SEF são algumas das siglas das forças nacionais que têm estado envolvidas nos esforços de Segurança na preparação do evento, mas ao todo, revelou Vizeu Pinheiro, serão 33 entidades. Entre elas, há até uma equipa da Comissão Europeia, para além de vários ministérios e autarquias.
"Desde junho, no âmbito da segurança interna, tivemos mais de 200 reuniões", explicou ainda, assegurando que, durante essa semana, "haverá mais policiamento, particularmente na parte principal da PSP".
"Entre o COMETLIS e os efetivos que virão dos vários comandos territoriais, estamos a apontar para perto de 10 mil efetivos. Haverá mais policiamento", assegurou, garantindo também "maior visibilidade".
O líder do SSI recorda que este evento trará a Portugal "um número muito grande de participantes, para além dos cidadãos, num espaço geograficamente limitado, na Área Metropolitana de Lisboa e em Fátima".
"Estamos a preparar a Jornada. Foram várias Jornadas, porque foi preciso casar a Jornada da Segurança com a Jornada da Mobilidade, que são duas faces da mesma moeda", resumiu, falando em "peças de um puzzle" que se começou a alinhar "há mais de um ano".
Ameaças? "Não há nenhum indício que me tire o sono"
"Desde o terrorismo ao extremismo violento, às disrupções de pessoas com problemas mentais... toda essa panóplia de ameaças são estudadas, escalonadas em função de impacto e probabilidade", explicou ainda o líder do SSI, concluindo: "Estamos num grau intermédio [de risco]. Não há nenhum indício que me tire o sono, mas levamos as avaliações de forma muito a sério."
Para Vizeu Pinheiro, a possibilidade de haver um atentado dirigido ao Papa Francisco "está sempre presente", mas daí o uso de sistemas de prevenção "para o evitar", alertando para os "lobos solitários" que podem levar a cabo este tipo de atendados. "A minha preocupação principal é ter estas peças todas do puzzle alinhadas", retorquiu, no entanto, recordando que a Conferência dos Oceanos, no ano passado, "implicou um dispositivo muito grande de várias forças, também, porque foi a primeira vez que passamos a soberania para a polícia das Nações Unidas".
"O Papa Francisco gosta muito da proximidade e isso aumenta o risco, naturalmente, e implica um esforço adicional para as forças", alertou ainda o líder do SSI, garantindo que o Papa, com recurso ao chamado 'Papamóvel', "irá deslocar-se no Parque Tejo" e "irá ter sempre momentos de contacto".
Trabalho internacional
Vizeu Pinheiro assegurou ainda estar a trabalhar "numa base diária" com elementos da Gendarmerie francesa e da Guarda Suíça. "Os percursos por onde o Papa vai, por onde vai falar, está tudo estudado", disse, esclarecendo que toda a visão global do evento é feita no Centro de Coordenação e Controlo Estratégico, o 'centro nevrálgico' de todo o aparato de segurança, ligado à sala de situação da PSP e outras salas de situação de "natureza tática", espalhados pelo Parque Tejo e pelo Parque Eduardo VII.
"Nós preparámo-nos 'hoping for the best' [com esperança para o melhor, em inglês], porque está tudo 'planned for the best' [planeado para o melhor, em inglês]. Mas temos, também, que programar o oposto. Programamos sempre numa base maximalista", explicou, afirmando que o acompanhamento do evento é "dinâmico" e acontece 24 horas por dia, até antes da chegada do Papa a Portugal.
Reposição de controlos
Vizeu Pinheiro fez ainda uma atualização sobre a reposição dos controlos de fronteiras em Portugal, afirmando que, até ao momento, "foram recusadas 48 entradas terrestres e 23 por via aérea". "Haverá pessoas que vêm com documentos caducados, ou sem documentos, e têm de voltar para recolher o documento certo para vir", continuou, explicando um processo "importante", esclarecendo que "não houve encerramento de fronteiras".
"As fronteiras estão abertas, o que há é um controlo, que é feito em todas as Jornadas Mundiais da Juventude", afirmou, garantindo que os controlos não são aleatórios, mas sim seletivos. "Vão a determinados voos, vão a determinadas viaturas, de acordo com a análise de risco e necessidades operacionais", explicou, num "controlo cirúrgico", que resultou em três detenções ligadas a casos de "fraude documental".
Como membros do sistema Schengen, Portugal "segue os padrões" no que toca aos indicadores que este sistema aplica relativamente aos riscos de terrorismo, garantiu ainda Vizeu Pinheiro, afirmando que há especial atenção a determinadas regiões. Isso sim, aquilo que assegura a tranquilidade ao secretário-geral do SSI é "a experiência" das forças da autoridade portuguesas, garantiu o mesmo.
[Notícia atualizada às 00h05]
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