Augusto Santos Silva recusou, este sábado, tecer comentários sobre uma possível candidatura à Presidência da República, colocando o foco nas funções que desempenha atualmente. Contudo, o presidente da Assembleia da República não fechou a porta a Belém.
Santos Silva falava aos jornalistas em Toulouse, França, onde esteve para apoiar Portugal no Campeonato do Mundo de rugby. A seleção enfrentou a Geórgia, num jogo que terminou com um 18-18 no marcador.
Interrogado sobre se espera poder ver a seleção na condição de Presidente da República, daqui a quatro anos, quando se realiza o próximo Campeonato do Mundo, o líder do Parlamento apontou para o presente.
"Eu sou presidente da Assembleia da República, foi nessa condição que fui encarregado de vir aqui representar o apoio de Portugal e dos portugueses à seleção nacional e fiz com todo o prazer e toda a honra e é só isso o que me interessa", disse.
De notar que Santos Silva é um nome recorrentemente apontado como candidato às eleições presidenciais de 2026 depois de, no ano passado, numa entrevista, já ter assumido que não excluía nenhuma possibilidade.
O presidente da Assembleia da República foi ainda confrontado sobre informações que dão conta de que o valor que as Finanças estão a ponderar para a privatização da TAP, possa não cobrir os mais de três mil milhões de euros dos contribuintes já injetados na companhia aérea, e, se assim for, se isso não pode vir a gerar indignação nos portugueses.
Na resposta, Augusto Santos Silva disse que o Governo ainda não aprovou o decreto com as condições para a privatização da TAP -- deve acontecer na próxima semana -, sublinhando que o Parlamento, a seu tempo, irá intervir e fazer a sua própria discussão, enquanto órgão plural, acrescentando que se vai abster desse debate "que terá vários pontos de vista".
"Vamos esperar. Tanto quanto sei, o Governo ainda não aprovou o decreto que ia afixar as condições de privatização e, evidentemente, haverá, depois, o momento em que o Parlamento estará particularmente empenhado, o momento de avaliação. É preciso colocar de um lado todos os riscos que corríamos se a TAP entrasse em falência, é preciso colocar do outro lado os benefícios que nós retiramos da intervenção que foi feita e é preciso colocar, ao mesmo tempo, os custos dessa intervenção e fazer uma avaliação", notou.
"A avaliação far-se-á também no Parlamento. O Parlamento é, por natureza, uma instituição plural, e o presidente do Parlamento deve-se abster-se de ser parte num debate que terá vários pontos de vista", completou.
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