O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, saudou, esta segunda-feira, a lusodescendente Liz Braz, que foi ontem eleita para a Câmara dos Deputados do Luxemburgo.
Numa nota divulgada na rede social X (antigo Twitter), o líder do Parlamento considerou que a eleição de Liz Braz marca "mais uma etapa na afirmação da comunidade lusodescendente".
"Felicito todos os deputados e deputadas eleitas, ontem, para a Câmara de Deputados do Luxemburgo, tão próximo de Portugal. E, com especial emoção, saúdo a eleição da deputada Liz Braz, filha de pai português, que assim marca mais uma etapa na afirmação da comunidade lusodescendente", escreveu Santos Silva.
Note-se que também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já havia felicitado Liz Braz.
Felicito todos os deputados e deputadas eleitas, ontem,para a Câmara de Deputados do Luxemburgo, tão próximo de Portugal. E,com especial emoção, saúdo a eleição da deputada Liz Braz, filha de pai português, que assim marca mais uma etapa na afirmação da comunidade lusodescendente
— Augusto Santos Silva (@ASantosSilvaPAR) October 9, 2023
Liz Braz, de 27 anos, que concorreu pelo Partido Socialista Operário Luxemburguês (LSAP, na sigla original), "é filha do português Félix Braz, antigo ministro da Justiça e vice-primeiro-ministro do Grão-Ducado, afastado da política por razões de saúde", recordou Marcelo, na mensagem publicada no portal da Presidência da República na Internet.
Em junho de 2020, o ex-ministro Félix Braz, com origens em Castro Marim, no Algarve, e nascido na localidade luxemburguesa de Differdange, manifestou a vontade de regressar à vida pública após um ataque cardíaco que o deixou em coma e obrigou a oito meses de hospitalização.
Segundo informação oficial, Félix Braz, 55 anos, foi vítima de um ataque cardíaco em 22 de agosto, tendo sido hospitalizado na Bélgica, onde, segundo a imprensa local, se encontrava a passar férias.
Em setembro de 2019, e tendo em conta o estado de saúde de Félix Braz, o governo luxemburguês acabou por substituí-lo.
O Partido Popular Social Cristão (CSV, na sigla original) venceu no domingo as eleições gerais no Luxemburgo, conquistando 21 dos 60 deputados no parlamento, bem à frente dos liberais (14), socialistas (11) e Verdes (quatro), forças da coligação governamental cessante.
O CVS liderado por Luc Frieden repete-se como o mais votado, tal como nas eleições de 2014 e 2018, embora os seus resultados no escrutínio de domingo o coloquem agora em condições de poder formar Governo.
Além dos democratas-cristãos do CSV, os populistas de direita da ADR são os outros grandes vencedores da noite eleitoral, com cinco eleitos, quase o dobro das eleições anteriores e com a vantagem de poderem formar o seu grupo parlamentar.
Os restantes assentos no parlamento serão distribuídos pelo Partido Pirata, que se afirma "nem de esquerda, nem de direita", com três deputados, e dois para a força política de esquerda Déi Lénk.
Pelo menos 30 lusodescendentes estiveram entre os candidatos nas várias listas partidárias concorrentes às legislativas no Luxemburgo, segundo a emissora Rádio Latina.
Segundo os resultados das eleições, a coligação que junta liberais, socialistas e ecologistas conseguiu obter 29 deputados, ou seja, perdeu dois dos 31 alcançados em 2018.
De acordo com a Rádio Latina, Liz Braz, que foi eleita pelo círculo eleitoral do sul, obteve 24.284 votos.
Num país onde o voto é obrigatório e a possibilidade de o eleitor poder votar antecipadamente está largamente disseminada, nas legislativas, a legislação eleitoral luxemburguesa apenas permite o voto aos cidadãos nacionais, embora admita a dupla cidadania.
Ainda segundo a Rádio Latina, em 01 de janeiro deste ano, estavam registados 18.055 luxemburgueses que também têm a nacionalidade portuguesa.
O Luxemburgo tem cerca de 640 mil habitantes e cerca de 15% é de origem portuguesa.
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