"Nós estamos em condições, penso que na quinta-feira, de ter um levantamento do ponto de vista dos danos e dos prejuízos na agricultura, incorporando também obviamente a pecuária. E, uma vez feito esse levantamento, temos condições depois de começar a preparar os apoios do PRODERAM [Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira] aos nossos empresários agrícolas", adiantou Miguel Albuquerque.
O presidente do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, falava aos jornalistas à margem de uma visita a uma empresa na Zona Franca da Madeira, no Caniçal, concelho de Machico.
Relativamente às habitações afetadas pelos fogos que assolaram os concelhos de Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Calheta (os três na zona oeste) e Porto Moniz (norte) nos últimos dias, Miguel Albuquerque salientou que o secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas, Pedro Fino, está em articulação com os presidentes daqueles quatro municípios para fazer "um levantamento exaustivo das situações afetadas" e, posteriormente, canalizar apoios para reabilitar as casas.
O chefe do Governo Regional deu conta ainda de uma derrocada ocorrida na sequência dos fogos, na freguesia da Ribeira da Janela (Porto Moniz), que "está a estrangular neste momento a passagem de água" e já está a ser alvo de intervenção.
O governante sublinhou, por outro lado, que uma forma de mitigar o risco de incêndios é converter zonas florestais que são propriedade da região em parques, uma vez que, assim, há possibilidade "de os manter e preservar sem infestantes, sem erva alta e sem mato".
O incêndio mais devastador deflagrou na freguesia dos Prazeres, na Calheta, na quarta-feira, e alastrou-se depois ao concelho vizinho do Porto Moniz.
Na noite de sexta-feira para sábado, deflagrou um novo incêndio no sítio dos Terreiros, nas zonas altas do concelho da Ribeira Brava, que se estendeu à área florestal da freguesia do Jardim da Serra, já no município de Câmara de Lobos.
O suspeito de ter ateado o incêndio florestal no concelho da Calheta, detido pela Polícia Judiciária em flagrante delito na sexta-feira, foi ouvido no sábado em tribunal e ficou em prisão preventiva, uma medida de coação substituída por internamento numa instituição de saúde mental.
Na manhã de domingo, todos os focos de incêndio estavam em fase de rescaldo e vigilância.
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