Em comunicado, o SNE diz estranhar e "lamentar o silêncio do Governo (...) mesmo depois de confrontado com duas formas de protesto com enorme impacto no desempenho do SNS [Serviço Nacional de Saúde]".
Em causa, a greve nacional dos enfermeiros, convocada pelo SNE para a próxima segunda-feira, dia 20 de outubro, e a greve dos enfermeiros às horas extraordinárias, em vigor até às 00:00 de dia 25 de novembro.
Citado no comunicado, o presidente do SNE fala em falta de vontade política para "corrigir as injustiças e rever as carreiras e os salários dos enfermeiros do SNS".
"É lamentável e revelador de menosprezo que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, não tenha tido disponibilidade para se reunir com os enfermeiros em 14 meses de mandato", lê-se no comunicado.
O SNE diz que, nas próximas semanas, irá manter os contactos semanais com os grupos parlamentares e com a Presidência da República, adiantando que aguardam resposta ao pedido de audiência urgente com Marcelo Rebelo de Sousa.
Paralelamente, pediu hoje para se reunir com o presidente do PSD, Luís Montenegro, e com os candidatos a secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, para "tentar perceber qual a estratégia para o SNS e para os enfermeiros nos próximos quatro anos".
Os enfermeiros querem saber que "medidas estão previstas implementar para corrigir as situações de injustiças, baixos salários, emigração, trabalho extraordinário, exaustão, desrespeito e discriminação salarial a que os enfermeiros têm sido sujeitos nestes últimos nove anos, depois do seu contributo inexcedível nos tempos negros e muito difíceis da pandemia por COVID-19".
"O SNE -- Sindicato Nacional dos Enfermeiros mantém o apelo a todos os cidadãos para que se juntem a nós nesta defesa da saúde e na valorização dos Enfermeiros. Por um SNS com Qualidade!", conclui.
Leia Também: Sindicato acusa ARS do Norte de "bloquear" progressão de 500 enfermeiros