SNS fez mais de 11,1 milhões de consultas hospitalares até outubro

O secretário de Estado de Saúde, Ricardo Mestre, disse hoje que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) fez mais de 11,1 milhões de consultas hospitalares até outubro, correspondendo a um aumento de 7% em relação ao período pós-pandemia.

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Lusa
07/12/2023 17:54 ‧ 07/12/2023 por Lusa

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"Estes 11,1 milhões de consultas hospitalares são reais, são feitas todos os dias nos nossos hospitais. Da mesma forma que são reais os 28,4 milhões de consultas que são feitas nos cuidados de saúde primários até outubro. Da mesma forma que também são reais as 687 mil intervenções que foram feitas até outubro", salientou.

De acordo com Ricardo Mestre, que falava no parlamento num debate de interpelação pedido pelo BE, trata-se, "mais uma vez, de um recorde absoluto" no SNS.

"É um aumento de 26% em relação à atividade cirúrgica que se fazia em 2015. É um aumento de 17% em relação à atividade cirúrgica que se fazia antes da pandemia. Também foram registados 5,2 milhões de episódios de urgência, em linha com o que aconteceu no ano passado", observou.

O governante adiantou ainda que a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) vai ser alargada até ao final do ano com mais 561 camas, sendo 154 de convalescença, 159 de cuidados de média duração e 248 de cuidados de longa duração.

"O SNS continua a responder, o SNS continua a organizar-se e o SNS continua a estar ao serviço das pessoas", frisou.

No debate, o BE acusou o Governo de ter ficado "contente por ter vencido os médicos pelo cansaço" nas recentes negociações com os sindicatos.

"Essa é a maior desistência de todas. Quando o Governo acha que ganha a batalha, mesmo sabendo que perde o SNS", afirmou a coordenadora bloquista, Mariana Mortágua, em resposta ao deputado do PS Luís Soares que acusou o BE de "um discurso panfletário que já não engana ninguém, a narrativa de dar tudo a todos".

O líder do Chega, André Ventura, aproveitou para falar sobre a polémica das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria, criticando que o PS tenha chumbado esta manhã a audição dos antigos governantes Marta Temido e António Lacerda Sales.

"Temos a suspeita gravíssima de favorecimento de entidades externas de medicamentos de mais de quatro milhões de euros. Se sinal houvesse da maior vergonha e do rolo compressor da maioria absoluta, foi hoje aqui tornado claro neste parlamento", acusou.

O deputado do PCP João Dias criticou a portaria que regula as Unidades de Saúde Familiar de modelo B.

"O Governo em vez de valorizar os cuidados dirigidos aos utentes, em vez de valorizar os salários, está a apertar os critérios para não pagar. É garantir menos SNS, é garantir menos profissionais de saúde. A careca ficou descoberta. O que os senhores querem é pôr os profissionais de saúde a trabalhar mais e pagar muito menos", disse.

O deputado da IL João Cotrim de Figueiredo considerou que Manuel Pizarro "resolveu não colocar os pés" no parlamento, porque "não dá importância à saúde".

"É um legado que tem o pior de três artes de mal governar: a arte de empurrar os problemas com a barriga, a arte de enganar os portugueses com um sorriso trocista e arte de encantar os incautos com propaganda", acusou, numa espécie de balanço da governação do PS.

Pelo PSD, o deputado Rui Cristina foi muito crítico do executivo, que acusou de ter falhado "mais uma vez na saúde", e apelidou mesmo os socialistas de serem "os verdadeiros coveiros do SNS".

"O PS está a acabar com o SNS. Como na saúde, como no país é tempo de mudar", apelou, deixando um repto aos governantes socialistas: "vão embora que já vão tarde".

Dos socialistas vieram críticas ao "registo demagógico dos sociais-democratas", tendo a deputada do PS Maria Antónia Almeida Santos deixado uma promessa: "não desistimos do SNS".

Segundo a deputada socialista, "nenhum partido poderá com seriedade garantir que poderá resolver todos os problemas a breve trecho", considerando que "os factos desmentem o discurso derrotista dos que só falam do SNS para o denegrir ou destruir".

Leia Também: Medidas tomadas evitaram "descontrolo total" do SNS

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