Autarcas da AMP notam "melhorias" e pedem empresa para gerir rede Unir
Quatro autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) ouvidos pela Lusa assinalaram hoje melhorias nos autocarros Unir após um mês de funcionamento do serviço, mas pediram avanços na constituição da empresa metropolitana de transportes, para gerir a rede.
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"O que nós pretendemos é um serviço de topo, um serviço de grande qualidade, e isso ainda não está a acontecer. Mas vai acontecer muito brevemente, e as melhorias são muito claras. Sinceramente, acho que isso é evidente", disse à Lusa o presidente da AMP e da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.
Para o autarca, a rede Unir "é uma revolução muito significativa", pelo que é necessário "apostar tudo nela" como um "grande momento do ponto de vista da mobilidade e do ponto de vista do ambiente" para a AMP, apesar das dificuldades.
Eduardo Vítor Rodrigues assinalou ainda que as queixas diminuíram em Gaia, desde 200 diárias num momento inicial, até 20 no último dia de aulas e na quarta-feira, notando ainda que dezembro foi um mês "muito importante para afinar coisas" e que, hoje em dia, "a situação está estabilizada".
O município de Gaia vai ainda fazer, em todas as freguesias, a partir da próxima semana, sessões de esclarecimento noturnas com os cidadãos, de forma a "aperfeiçoar o que tem de ser aperfeiçoado".
Já o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, salientou que "há diferenças muito substanciais" entre hoje e o arranque da rede.
"A Área Metropolitana tem tido alguma dificuldade em dar resposta, e percebe-se, porque são 17 municípios com muitos problemas de identificação desta rede, com muitas alterações", assinalou.
Segundo o autarca, cujo município está num lote com Vila do Conde, os "operadores têm sido sensíveis às alterações, porque identificam problemas com as paragens, com os sítios e horários onde se faziam as recolhas", bem como "o acerto com os horários escolares".
Aires Pereira garante que o número de queixas "foi diminuindo muito desde os primeiros dias", incluindo na linha que faz a ligação ao Hospital São João, no Porto, cujo ajuste já efetivado "resultou dos utentes, os principais interessados em que isto funcione bem".
O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, admite que "os primeiros dias foram muito maus, [mas] têm vindo a melhorar significativamente a operação".
"Eu diria que neste momento há uma quebra de cerca de 10% naquilo que são os horários publicados e aquilo que são os efetuados. Nós temos vindo a pressionar o operador para que melhorem", refere o autarca do concelho inserido num lote com Valongo, Paredes e Santo Tirso.
Marco Martins disse ter a garantia que "as quebras vão deixar de existir", bem como entrarão em operação novas linhas previstas, observando ainda que "as queixas reduziram muito, cerca de 90% face à primeira semana".
Já o presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, assinalou que "já foram mais de 90 as alterações" ao serviço pedidas à AMP, já que o trabalho inicial "não foi bem feito", estimando que as correções no seu lote estarão corrigidas "até 15 de janeiro".
Quanto a queixas, "foram centenas delas", mas disse ter conseguido "dar resposta a tudo", faltando apenas implementar no terreno e compatibilizar com os municípios vizinhos.
Os autarcas manifestaram-se também a favor da criação da empresa Transportes Metropolitanos do Porto, para gerir a rede Unir.
Aires Pereira salientou que "era muito importante que avançasse a criação da empresa", até do ponto de vista da fiscalização do serviço prestado pelos operadores, nomeadamente quanto ao cumprimento dos horários.
Marco Martins considera que "hoje todos os autarcas percebem que é fundamental", já que a AMP, "não obstante a boa vontade e a dedicação da sua equipa, tem seis pessoas" a tratar da rede Unir.
Emídio Sousa pediu que "não metam lá 'boys' de nenhum partido", mas sim "gente competente que perceba do assunto".
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