"Nós não saímos daqui até sermos ouvidos pelo Ministério da Agricultura, pela ministra da Agricultura ou alguém competente que nos ouça (...). Estamos preparados para passar aqui a noite ou o fim de semana, se for necessário", disse à Lusa Filipe Duarte, porta-voz do grupo de agricultores.
Entre as principais reivindicações dos agricultores estão um preço justo à produção e a regularização do mercado.
"Não estamos aqui para pedir subsídios. Nós queremos uma regularização do preço do nosso produto e que nos aliviem os ecoambientais, que nós aqui na nossa zona pode ser um problema", disse este produtor de carne e leite de Válega, no concelho de Ovar.
Este movimento nasceu espontaneamente do protesto realizado esta manhã pela União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro (UABDA) e que juntou mais de uma centena de tratores e máquinas agrícolas numa marcha lenta ao longo da EN 109.
Cerca das 14:00 a UABDA deu por terminado o protesto, mas largas dezenas de tratores continuavam parados, bloqueando os acessos da Estrada Nacional 109 às autoestradas A1 e A29 em Estarreja.
"Agora não temos nada a ver com isso. A nossa responsabilidade terminou às 14:00", disse na altura à Lusa o presidente da UABDA, Carlos Alves.
O dirigente mostrou-se satisfeito com a mobilização do protesto, adiantando que foram alcançados os objetivos a que se tinham proposto no início da marcha lenta, que juntou mais de 100 tratores e máquinas agrícolas.
"O nosso objetivo foi estar solidário com os agricultores deste país, principalmente os pequenos e médios agricultores que acabaram por ser enganados numa encenação da ministra e do agronegócio", disse Carlos Alves, demarcando-se dos protestos que têm decorrido no país organizados pelo Movimento Civil de Agricultores.
Para o dia 07 está marcado um novo protesto da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em Vila Real.
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