Uma mulher da ilha de Santa Maria, nos Açores, esperou 19 horas para ser transportada para a ilha de São Miguel, através da Força Aérea, para poder receber tratamento médico urgente, depois de ter tido um segundo enfarte.
De acordo com a filha da utente, Joana Bairos, que criou agora uma petição a pedir um "sistema de evacuações médicas mais eficaz pela Força Aérea Portuguesa na Região Autónoma dos Açores", o arquipélago, constituído por nove ilhas, fica "por vezes, à mercê de apenas uma única tripulação da Força Aérea, o que considera ser ineficaz, quando seis das ilhas não têm hospital, apenas centro de saúde.
"No passado dia 28 de janeiro de 2024, a minha mãe sofreu um segundo enfarte agudo do miocárdio num espaço de um mês e teve de esperar cerca de 19 horas para que a evacuação fosse realizada", começa por contar a jovem enfermeira, acrescentando que "alegadamente isto aconteceu porque após a missão de transporte de um utente no lado oposto do arquipélago (Ilha das Flores), a tripulação excedeu as horas de voo e, por isso, teve de cumprir com as horas de descanso legalmente obrigatórias".
Perante isto e o facto de, neste momento, existirem duas aeronaves nos Açores – o helicóptero Merli e o avião C295 – Joana Bairos apela que haja sempre "mais do que uma tripulação ao serviço/de prevenção para cada um dos seus meios, de modo a que mais nenhum residente nos Açores sofra com as consequências desta angustiante espera" e para que a Força Aérea possa cumprir os seus lemas "onde necessário, quando necessário" e “para que outros vivam".
À SIC Notícias a Força Aérea explicou que quando foi confirmada a necessidade do transporte da doente, a aeronave encontrava-se "em trânsito para as Flores, não se afigurando possível, por razões relacionadas com combustível, divergir para Santa Maria".
A petição, criada esta quarta-feira, 28 de fevereiro, já conta com mais de 300 assinaturas.
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