De políticos a famosos. O que se diz sobre criança nepalesa "linchada"?

Uma criança, de nove anos, foi agredida em contexto escolar por um grupo de cinco menores, em Lisboa. Uma outra pessoa gravou as imagens e o vídeo das agressões circulou em grupos de WhatsApp. Dois meses depois do ataque, o menino de nove anos ainda acorda à noite com pesadelos e tem medo de ir à nova escola.

Notícia

© Reuters

Notícias ao Minuto
15/05/2024 09:24 ‧ 15/05/2024 por Notícias ao Minuto

País

Agressão

A denúncia do "linchamento" de uma criança nepalesa de nove anos tem pouco mais de 24 horas, mas já ‘mexeu’ com vários setores da sociedade – de políticos a celebridades. Em causa está uma agressão a uma criança, de nove anos, agredida numa escola em Lisboa por um grupo de cinco outros menores.

A situação foi denunciada à Rádio Renascença pela diretora executiva do Centro Padre Alves Correia (CEPAC), Ana Mansoa, que considerou não haver dúvidas sobre as motivações "xenófobas e racistas" deste "linchamento".

A agressão foi ainda filmada, por uma sexta criança, e as imagens circularam em vários grupos de WhatsApp. Os agressores proferiram frases como "vai para a tua terra" ou "não queremos nada contigo", e, segundo a diretora da CEPAC as consequências do ataque resumiram-se a "uma delas ser suspensa por três dias".

Dos famosos aos políticos... Eis as condenações

A situação deixou várias personalidades indignadas, e houve reações por parte não só de responsáveis políticos como também de celebridades.

A ministra da Administração Interna (MAI), Margarida Blasco, declarou ao ser confrontada com o incidente que "todos os crimes, e sobretudo os crimes de ódio, são de uma gravidade imensa".

"Aquilo que eu posso adiantar é que, em conjunto com as autoridades policiais, vamos reforçar quer o policiamento junto das escolas, quer o policiamento de proximidade, no sentido de recolocar o dispositivo de forma a prevenir, que é uma primeira fase", garantiu a governante.

Também a deputada socialista Isabel Moreira recorreu às redes sociais para demonstrar a sua indignação. "Três dias de suspensão? Não podemos ficar pelas palavras de solidariedade. As causas estão identificadas. O racismo combate-se com planos, com política. O racismo repara-se", escreveu numa publicação partilhada.

presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, condenou, através do X, a situação, mostrando "solidariedade" não só para com a vítima, como também com a família. "O racismo não tem lugar em Lisboa", escreveu ainda na publicação partilhada na terça-feira.

A situação foi ainda comentada por celebridades, como a apresentadora Rita Ferro Rodrigues, que apontou que ficou "fisicamente mal disposta com esta notícia". "É nisto que dá a normalização do discurso de ódio feito por partidos compostos por malta que depois de se benzer muito, vai à missa e fala em nome de Deus", escreveu no Instagram.

Também Nuno Markl abordou a situação, apontando que alguns comentários feitos sobre a notícia mostram quão Portugal está "doente". "Cheguei a ler algo como 'e se fossem crianças nepalesas a bater numa portuguesa, era notícia?', o que, de várias maneiras, é das coisas mais estúpidas que me foram dadas a ler nos últimos anos", atirou, explicando que os agressores, "estão a pôr em prática o que ouvem em casa".

O apresentador Rui Maria Pêgo referiu. "Que horror. Os discursos de ódio promovem isto: infiltrações que chegam dos pais aos filhos e que provocam estas violências, hoje com esta criança, amanhã de outras formas. É esse o problema da violência - multiplica-se quando não tem freio, nem consequência", notou.

Leia Também: Menino nepalês de 9 anos agredido por cinco colegas em escola de Lisboa

Partilhe a notícia


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas