Câmara de Loures pede solução para elevada afluência ao Beatriz Ângelo

O presidente da Câmara de Loures manifestou-se hoje preocupado com o facto de 80% dos utentes que recorreram no último mês às urgências do hospital do concelho residirem fora da área de influência e pretende respostas do Governo.

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Lusa
14/06/2024 17:20 ‧ 14/06/2024 por Lusa

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Loures

"O que aconteceu, e que resposta é possível o Governo dar, para que 80% no mês de maio das pessoas que afluíram às urgências não fossem nem de Loures nem de Odivelas. Como é que conseguimos resolver isto? O que está a falhar?", questionou Ricardo Leão (PS), em declarações à agência Lusa.

O autarca de Loures, no distrito de Lisboa, falava à Lusa no seguimento de uma moção, aprovada por unanimidade na última reunião do executivo municipal, que exige uma reunião urgente com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, sobre os serviços de saúde no concelho, nomeadamente o Hospital Beatriz Ângelo (HBA).

Com a nova reorganização no setor e a criação das Unidades Locais de Saúde (ULS), o HBA passou a servir apenas as freguesias da zona norte do concelho de Loures (Loures, Lousa, Santo Antão do Tojal/São Julião do Tojal, Fanhões, Bucelas e Santo António dos Cavaleiros/Frielas) e todo o concelho de Odivelas (Odivelas, Pontinha/Famões, Ramada/Caneças e Póvoa de Santo Adrião/Olival Basto).

Antes desta reorganização, o HBA, que abriu portas em janeiro de 2012, servia os habitantes dos concelhos de Loures (excetuando os de Sacavém, Prior Velho, Moscavide, Portela, Bobadela, São João da Talha e Santa Iria da Azoia), Odivelas (excetuando a Pontinha), Mafra e Sobral de Monte Agraço.

Já os utentes das freguesias orientais do concelho de Loures (Camarate/Unhos/Apelação, Sacavém/Prior Velho, Portela/Moscavide e Bobadela/São João da Talha e Santa Iria da Azoia) estão a ser reencaminhados para o Hospital de São José, no concelho de Lisboa.

"Eu não estou a dizer que se deve rever a liberdade de escolha da unidade hospitalar em que a pessoa deve ser tratada, mas estamos a chegar aqui a um número perigoso. Oitenta por cento é um número perigoso que carece uma análise mais atenta por parte do Governo", defendeu.

Ricardo Leão considerou que se deve "dar mais" tempo para que os modelos da ULS possam ultrapassar os atuais constrangimentos, mas defendeu a necessidade de reforço dos cuidados de saúde primários.

"Temos a questão da rede de saúde primária. A Câmara está a fazer o seu trabalho. Estamos a lançar concurso, estamos a finalizar outros. São quatro novos centros de saúde (Catujal, Santo Antão do Tojal, Bobadela e Camarate), com todas as condições, que têm de ser, obviamente, equipados com médicos, enfermeiros e equipamentos que permita dar essa resposta", apontou.

O autarca de Loures defendeu também que um desses equipamentos de saúde possa ter um horário alargado, de forma a "diminuir a afluência às urgências" do HBA e, consequentemente, os "tempos de espera".

Ricardo Leão alertou ainda para o facto de os enfermeiros do HBA, ao contrário dos médicos, ainda não serem abrangidos pelo regime de dedicação plena, situação que torna mais atrativo o trabalho nos centros de saúde, onde isso já se verifica.

"Os enfermeiros não estão englobados neste regime de dedicação plena e, por isso, quando se abrem concursos preferem ir, por exemplo, para as unidades de saúde familiar porque todas essas unidades de saúde já estão em tipologia B", argumentou.

O Hospital Beatriz Ângelo, localizado na Quinta da Caldeira, em Loures, é um hospital público do Serviço Nacional de Saúde, integrado na Unidade Local de Saúde Loures-Odivelas.

A ULS Loures-Odivelas serve uma população de cerca de 242.000 habitantes residentes nas freguesias abrangidas pelos centros de Saúde de Loures-Odivelas (com exceção de Sacavém) e Pontinha.

Leia Também: Espera para doentes muito urgentes chega às 23h00 no Beatriz Ângelo

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