A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) disponibilizou na internet um manual sobre o uso de ecrãs, aberto a toda a população, mas especialmente dirigido aos pais, professores e cuidadores de crianças e idosos.
A ferramenta explica as vantagens, assim como os perigos e as cautelas a serem tidas em conta no uso de ecrãs, seja de forma passiva ou ativa.
O manual inclui, ainda, recomendações sobre uso de ecrã em várias fases etárias. Pode consultá-lo na íntegra e gratuitamente aqui: Vamos falar sobre ecrãs e tecnologias digitais
Realça a Ordem dos Psicólogos Portugueses que, se por um lado existem benefícios, inclusive aumentar a cognitividade, por outro a utilização de ecrãs pode causar a deterioração e ter impactos na saúde mental.
"Uma boa gestão do tempo de ecrãs, dos conteúdos que escolhemos consumir e o uso apropriado das tecnologias digitais ajuda-nos a tirar o melhor partido dos seus benefícios", realçam os psicólogos, sublinhando contudo, que também há perigos, "dependendo das causas, horas e assuntos que consumimos".
"Os riscos do uso de ecrãs parecem, de modo geral, relacionados com o tempo excessivo de utilização, em detrimento da realização de outras atividades longe de ecrãs, com a diminuição da qualidade das interações com adultos e pares e, ainda, com aquilo que se vê e faz online, e as suas consequências", explica a OPP, acrescentando que algumas das consequências podem ser "dificuldades na expressão e regulação de emoções", assim como "comportamentos aditivos, como acontece com o álcool, tabaco e drogas".
O manual 'Vamos Falar Sobre Ecrãs e Tecnologias Digitais', ajuda, portanto, a perceber o que é um tempo de utilização saudável e equilibrado, que regras tomar e que limites impor, por exemplo, às crianças, uma vez que proibir "completamente e de forma indiscriminada o uso de tecnologias pode ter o efeito contrário àquele que desejamos".
"A superproteção e proibição podem deixar as crianças e os jovens mais curiosos e levar a comportamentos como a utilização das tecnologias às escondidas, não beneficiando do apoio e monitorização que lhes poderíamos dar", exemplificam os psicólogos.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses relembra ainda que num país onde existem mais de 17 milhões de smartphones ativos, a sua utilização pode ser "boa, má ou uma verdadeira vilã".
Recorde-se que, em Portugal, 90% das crianças e adolescentes, entre os 9 e os 17 anos, utilizam o smartphone todos os dias. 73,6% dos jovens até aos 24 anos utilizam as redes sociais para fugir a emoções desagradáveis, 64,5% das crianças e adolescentes utilizam o smartphone como atividade de tempos livres e 43,5% das pessoas utiliza a internet como forma de 'escape' ou aliviar o seu estado psicológico.
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