Dezenas contestam reeleição de Maduro em manifestação no Funchal

Algumas dezenas de venezuelanos e luso-venezuelanos manifestaram-se hoje no Funchal contra a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato nas presidenciais de domingo, defendendo que a vitória pertence ao candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia.

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Lusa
29/07/2024 20:09 ‧ 29/07/2024 por Lusa

País

Madeira

"Podem-nos roubar 1%, podem roubar 2%, não nos podem roubar 40, 50, 60%. Ganhou Edmundo e ganhou com grande resultado", disse Henrique Vieira, um dos organizadores da manifestação "Pela Democracia na Venezuela", que decorreu no Largo do Município, no centro da capital madeirense.

 

Os manifestantes ergueram várias bandeiras da Venezuela e gritaram palavras de ordem como "liberdade", "Venezuela livre", "Edmundo presidente".

"Sabemos quem ganhou as eleições. Agora, o mais importante é que os Presidentes dos países da Europa, da América Latina, da Austrália, todos os países, não reconheçam os resultados eleitorais, até que haja uma contagem transparente", afirmou Henrique Vieira, destacando a "postura muito sensata" assumida pelo Governo português, que pediu hoje a verificação imparcial dos resultados das eleições presidenciais de domingo na Venezuela.

O responsável lamentou que alguns países "deem carta-branca aos resultados", como a Rússia, a China e o Brasil, mas destacou que muitos estão com dúvidas.

"Se há dúvidas, só há uma forma de solucionar, contemos voto a voto", disse.

Falando sempre em castelhano para os manifestantes, Henrique Vieira apresentou os resultados eleitorais da Madeira, com base em números fornecidos por representantes da oposição junto das duas mesas de voto instaladas no Consulado da Venezuela, no Funchal, com um total de 252 votos para Edmundo Gonzalez Urrutia e 20 para Nicolás Maduro.

"Nicolás Maduro não ganhou as eleições. Edmundo é o presidente", afirmou Lídia Albornoz, também responsável pela organização da manifestação no Funchal.

"Fiquei muito triste com o resultado, mas posso dizer uma coisa: a fé move montanhas, a boa oração ajuda. Não desanimemos porque a luta começa outra vez. O povo que está fora -- que somos nós -- temos de dar força aos que lá estão oprimidos", disse.

Lídia Albornoz, que é natural da Madeira e viveu 20 anos na Venezuela, considerou que o Governo daquele país "não respeita os direitos humanos" e defendeu que Nicolás Maduro "tem de ser preso".

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou hoje oficialmente como Presidente Nicolás Maduro, após ter anunciado no domingo à noite que o líder chavista, no poder desde 2013, venceu as eleições, resultado rejeitado pela oposição.

No domingo à noite, o CNE adiantou que Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%).

Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas países democráticos demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela além de Portugal, como Espanha e Estados Unidos.

Leia Também: Comunidade venezuelana em Portugal denuncia "fraude eleitoral"

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