O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, defendeu, esta quarta-feira, a necessidade de "baixar a retórica alarmista" porque a "situação está segura" e as autoridades estão a "fazer o que têm de fazer" no combate ao incêndio que assola a região há cerca de uma semana.
"Neste momento, é essencial baixar esta retórica um pouco alarmista. A situação está segura, estamos a fazer aquilo que temos de fazer", defendeu, em declarações aos jornalistas no Funchal.
Albuquerque fez uma comparação com incêndio no concelho de Calheta, em outubro de 2023, que teve "muito mais perigosidade" e no qual "arderam 12 anos", mas "não houve este alarmismo".
Questionado sobre o facto de ter demorado a deslocar-se aos locais afetados pelos incêndios por se encontrar de férias, Miguel Albuquerque foi taxativo: "A mim ninguém me dá lições. Eu, ao contrário de outros, nunca deleguei as minhas responsabilidades a ninguém. Eu assumo as minhas responsabilidades políticas".
Defendeu ainda que tem "acompanhado tudo, desde a primeira hora" e rejeitou ter de apresentar algum tipo de pedido de desculpas.
Sobre a alegada falta de operacionais para combater o incêndio, que foi denunciada pelos bombeiros locais, o responsável considerou que, "se faltassem homens nas zonas cruciais, as habitações e os núcleos habitacionais já tinham sido destruídos".
"O combate a um incêndio corre bem ou corre mal em função dos danos, da integridade física, da vida humana, das infraestruturas. Não houve a perda de nenhuma vida humana. Não houve nenhum ferido. Não houve nenhuma habitação destruída. Não houve nenhuma infraestrutura destruída. Os resultados são positivos", atirou.
O incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol.
Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.
[Notícia atualizada às 10h49]
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