O presidente Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, rejeitou, esta quinta-feira, as críticas ao facto de os trabalhos dos dois aviões Canadair de combate a incêndios estarem concentrados na ilha de Porto Santo. "Estamos a 10 minutos", respondeu quando questionado se não haverá um desperdício de tempo devido à distância entre Porto Santo e a ilha da Madeira.
Em declarações aos jornalistas, Albuquerque explicou que as operações não poderiam ter ficado centradas na ilha da Madeira uma vez que não existiam pilotos habilitados para aterrar no aeroporto Cristiano Ronaldo. "O nosso aeroporto tem particularidades especiais, só pilotos testados e habilitados é que podem aterrar e deslocar-se desse aeroporto", afirmou.
Garantiu ainda que era necessária uma "decisão pragmática" e que não poderiam "estar à espera de pilotos com cursos" para aterrarem no aeroporto madeirense.
Quando questionado por uma jornalista sobre se os tempos das descargas ficam comprometidos com a decisão, Albuquerque reforçou: "Não, estamos a 10 minutos".
E voltou a frisar que "não houve nenhuma infraestrutura crítica afetada, não houve nenhuma casa danificada", nem "ninguém ferido" nos fogos que lavram há mais de uma semana na ilha. Afirmou ainda que as chamas não consumiram "grande património natural" madeirense, mas sim "mato".
O incêndio na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Recorde-se que na quarta-feira o Governo português pediu à União Europeia, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, o envio de dois aviões Canadair de combate a incêndios. As aeronaves chegaram esta quinta-feira à Madeira e já estão a operar.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.
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