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Fuga de Vale de Judeus. "Todos os elementos em serviço" sob investigação

Pedro Proença ressalvou que os dois guardas que foram interrogados hoje "negam qualquer responsabilidade, negam qualquer negligência e mantêm o cumprimento estrito das suas obrigações profissionais", tendo, inclusivamente, "colaborado com a investigação [e esclarecido] todos os pontos relativamente a tudo o que aconteceu naquele dia no plano da CCTV".

Fuga de Vale de Judeus. "Todos os elementos em serviço" sob investigação
Notícias ao Minuto

14:02 - 10/09/24 por Notícias ao Minuto

País Vale de Judeus

O advogado do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Pedro Proença, esclareceu, esta terça-feira, que “todos os funcionários dos serviços prisionais” que estavam de serviço no momento da fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, estão sob investigação, tendo ressalvado que a evasão se proporcionou por “não haver vigilância presencial na hora de recreio nos pátios exteriores”.

 

Quando questionado sobre o interrogatório a dois dos guardas de serviço, Pedro Proença esclareceu que “está escalado apenas um guarda” para a sala de CCTV, pelo que “houve uma rendição”.

“Houve um guarda que saiu de serviço e foi fazer a vigilância nas visitas, e foi rendido por um colega, que estava escalado à hora em que se deu a fuga”, disse, em declarações aos jornalistas.

O responsável complementou que “esta fase é de sindicância, de identificação de falhas, muito preliminar do inquérito que está agora a iniciar-se”.

“Não há trabalhadores prisionais constituídos arguidos, nem no plano disciplinar, nem no plano criminal. Aliás, a Polícia Judiciária (PJ) vai começar esta semana a ouvir algumas testemunhas no âmbito deste caso, portanto é muito prematuro estarmos a imputar responsabilidades”, apontou, segundo as informações que lhe foram fornecidas pelos Serviços de Auditoria e Inspeção da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

Pedro Proença ressalvou que os dois guardas que foram interrogados hoje “negam qualquer responsabilidade, negam qualquer negligência e mantêm o cumprimento estrito das suas obrigações profissionais”, tendo, inclusivamente, “colaborado com a investigação [e esclarecido] todos os pontos relativamente a tudo o que aconteceu naquele dia no plano da CCTV”.

“Os Serviços de Auditoria e Inspeção foram bastante assertivos no sentido de esclarecer que neste momento está em causa o apuramento de responsabilidades de todos os funcionários dos serviços prisionais; não só os elementos a guarda prisional, mas todos os elementos do serviço prisional em serviço no estabelecimento no estabelecimento prisional quando estes factos aconteceram. Isto pode ir desde o médico, ao faxineiro, até ao senhor diretor interino. Estão todos a ser objeto de uma investigação”, advertiu.

O advogado indicou ainda que “não houve lençol nenhum que tivesse sido colocado dos pavilhões para pátios interiores”, o que “imporia a remoção de rede e de barras de gradeamento, o que não aconteceu”.

“O que aconteceu foi uma fuga desde o pátio de recreio onde estes reclusos se encontravam, potenciada pelo facto de, a essa hora, e como é costume, infelizmente, em todos os estabelecimentos prisionais, não haver vigilância presencial na hora de recreio nos pátios exteriores”, lamentou.

Pedro Proença pediu ainda cuidado “com exercícios de especulação sobre este caso”, já que “estar a avançar com a imputação de responsabilidades sem haver dados concretos é um ato de enorme irresponsabilidade e potencialmente lesivo da imagem dos visados”.

Recorde-se que a fuga que ocorreu no sábado, no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, foi registada pelos sistemas de videovigilância pelas 09h56, mas só foi detetada 40 minutos depois, quando os reclusos regressaram às suas celas.

Os evadidos são Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, o georgiano Shergili Farjiani, o argentino Rodolf José Lohrmann, e o britânico Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Os homens foram condenados a penas entre sete e 25 anos de prisão, por vários crimes, incluindo tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

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