Liga dos Bombeiros critica distribuição de meios. "Não faz sentido"
António Nunes afirmou que o atual "sistema não é o melhor para o combate aos incêndios" e acabou por causar problemas nos fogos dos últimos dias.
© Global Imagens
País Incêndios
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, criticou o atual sistema de distribuição de meios para o combate aos incêndios, afirmou que já tinha avisado que "não faz sentido" e não tem dúvidas de que isso esteve na origem de alguns dos problemas mais graves desta semana no teatro de operações.
"Ontem disse que se estivesse no lugar do presidente da Autoridade de Emergência e Proteção Civil ter-me-ia demitido logo que ocorreu a morte dos quatro bombeiros, em particular dos três na frente de fogo. A Liga dos Bombeiros Portugueses tem vindo a dizer que o sistema não é o melhor para o combate aos incêndios. Começou logo por nos obrigar a estar adstritos a sub-regiões que, do ponto de vista da segurança, não fazem sentido", defendeu António Nunes, em entrevista à CNN Portugal.
Com a atual forma de organização e distribuição dos meios, os bombeiros acabam por não conseguir fazer "mobilizações mais rápidas".
"Quando isso se alterou dissemos: 'cuidado que não faz sentido'. Alguns problemas de atraso na mobilização é que há sub-regiões que não têm capacidade de fazer mobilização, não existem meios. Uma sub-região que tem oito corpos de bombeiros não tem capacidade para mobilizar, têm de se juntar duas ou três", explicou o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Bombeiros não foram "distribuídos adequadamente"
António Nunes vem dar razão aos autarcas, comandantes e populações que se queixaram da falta de meios.
"Colocámos seis mil bombeiros no teatro de operações, mas não os distribuímos adequadamente. O sistema devia ser melhorado. Não estou a dizer que é preciso mudar de um dia para o outro", alertou.
Os problemas de logística de que os bombeiros se queixaram em anos anteriores praticamente não existiram, não houve "grandes relatos", mas os "tempos de espera de intervenção" mantiveram-se.
"São deslocalizados para um determinado local e depois a sua intervenção é quando já estão cansados. Uma coluna, para ir de Lisboa para a zona Centro do país demora três ou quatro horas e há cansaço. Tem de haver uma outra forma de colocar os meios nas ocorrências", acrescentou António Nunes.
Leia Também: Incêndios. Pelo menos 40 famílias desalojadas em Albergaria-a-Velha
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com