Meteorologia

  • 24 SEPTEMBER 2024
Tempo
22º
MIN 15º MÁX 24º

Dois terços dos médicos em greve. Há blocos cirúrgicos encerrados

Dois terços dos médicos estão hoje em greve, estimou hoje à Lusa a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), adiantando que os "constrangimentos maiores" da paralisação se observam nos blocos operatórios dos hospitais, com muitos encerrados.

Dois terços dos médicos em greve. Há blocos cirúrgicos encerrados
Notícias ao Minuto

24/09/24 13:07 ‧ Há 3 Horas por Lusa

País Médicos

"Estamos a assumir, por agora, e são dados preliminares que dois terços dos médicos estarão em greve", disse Joana Bordalo e Sá.

 

Segundo a sindicalista, "os constrangimentos maiores, como é expectável, são a nível dos blocos operatórios", referindo que há blocos cirúrgicos encerrados a 100%, funcionando apenas para as urgências.

Estão nesta situação os blocos operatórios dos hospitais de Guimarães, Gaia, Santo António, Penafiel, Amarante, no distrito do Porto, no hospital de Leiria e no IPO do Porto, enquanto em Coimbra, no hospital universitário, a paralisação do bloco central é de 80%, de acordo com os dados preliminares da Fnam, às 12h45.

Joana Bordalo e Sá apontou também neste primeiro de dois dias de greve "muitos constrangimentos" em enfermarias de Medicina Interna, dando como exemplo no Hospital de Gaia, em que adesão é de 80%, e no Hospital da Figueira da Foz, com 100%.

Relativamente às consultas hospitalares, a líder sindical disse que os números são "mais variáveis", situando-se entre os 50% e os 100%.

Questionada se a adesão está a corresponder às expectativas da Fnam, Joana Bordalo e Sá afirmou que "era o esperado", tendo em conta "o descontentamento dos médicos".

"Estes números correspondem a milhares de médicos, especialistas, médicos internos", realçou, sublinhando que os internos representam um terço da força do trabalho médico no Serviço Nacional de Saúde.

Joana Bordalo e Sá vincou que a Fnam está a sentir "uma forte adesão dos internos, que prestam trabalho, sobretudo, a nível das enfermarias", o que também demonstra "a situação de mais fragilidade" em que se encontram, "com mesmo muito, muito, muito trabalho".

Ressalvando que independentemente dos números, porque a Fnam não vai entrar "em guerra de números", afirmou que os constrangimentos nos serviços "eram esperados e são um transtorno para a vida das pessoas", mas acusou que os "verdadeiros responsáveis [por esta situação] são o Ministério da Saúde e Ana Paula Martins [ministra], que nada fez para travar esta situação".

Os médicos iniciaram hoje uma greve de dois dias para exigir melhores condições laborais, com a Federação Nacional dos Médicos a pedir um ministro que "perceba de saúde e que consiga servir o SNS".

Entre as reivindicações da Fnam, que em julho cumpriu dois dias de greve geral, está a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias se gozadas fora da época alta.

A paralisação da Fnam começou hoje às 00h00 e termina às 24h00 de quarta-feira, enquanto decorre em simultâneo uma greve ao trabalho extraordinário nos centros de saúde, que se iniciou em 16 de setembro e vai até 31 de dezembro.

A greve coincide também com uma paralisação de enfermeiros, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

[Notícia atualizada às 13h33]

Leia Também: Fnam quer saída de ministra e diz ser preciso quem "perceba de saúde"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório