Zora Lutz tinha apenas 15 anos quando, em outubro de 2012, mergulhou nas águas da costa alentejana para salvar o irmão mais novo, arrastado pela corrente marítima, e ficou submersa. Submersa mais de 15 minutos, até ser encontrada e salva por surfistas, em paragem cardiorrespiratória.
A adolescente alemã foi imediatamente transportada para a Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde esteve internada durante duas semanas, antes de voltar ao seu país.
Doze anos depois da tragédia, Zora regressou a Portugal para visitar "os heróis que salvaram a sua vida", conta o INEM e o Hospital de Santa Maria, no Facebook.
De acordo com o INEM, "as portas do INEM abriram-se para receber Zora e os seus familiares, acompanhados por António Mestre, da Resgate – Associação de Nadadores Salvadores do Litoral Alentejano".
Tiago Dias, enfermeiro do INEM que fez parte das equipas de emergência, acompanhou Zora nesta visita, apresentando todos os colegas que participaram ativamente no salvamento da jovem alemã.
"A história de sobrevivência da Zora demonstra a importância da cadeia de sobrevivência: do pedido de ajuda, Suporte Básico e Avançado de Vida, e dos cuidados de fim de linha altamente diferenciados, como acontece no Santa Maria", explicou o enfermeiro, segundo a publicação partilhada na página de Facebook do INEM.
Já o diretor do Serviço de Pediatria Médica da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, Francisco Abecassis, revelou que quando o INEM contactou a unidade de saúde de Lisboa para informar que Zora estava de regresso a Portugal e desejava visitar quem a tinha salvo não precisou de "perguntar quem era". "Embora já tenham passado 12 anos, todos os que estavam na unidade naquela altura lembram-se desse caso como se estivesse acontecido ontem", disse.
A verdade é que o episódio marcou "para sempre", como realça o INEM, "todos os que estiveram envolvidos no salvamento e tratamento de Zora", hoje com 27 anos e a estudar Serviço Social em Berlim.
Durante a visita a jovem - que bateu, segundo o Santa Maria, um "recorde de sobrevivência" - e a Resgate presentearam os profissionais da Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos da unidade hospitalar com uma estatueta.
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