Na concentração promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) foi votada uma resolução, aprovada por unanimidade e aclamação, e entregue depois na autarquia, no dia em que iria estar em discussão na reunião da Câmara Municipal a proposta de celebração de delegação de competências entre o município e a Junta da Estrela, mas que foi adiada.
À Lusa, Nuno Almeida, do STML explicou que o sindicato tomou conhecimento de que hoje iria ser submetida a proposta, mas que entretanto foi adiada.
De acordo com o sindicalista, essa proposta foi "apresentada à Câmara Municipal de Lisboa sem informação prévia ao sindicato, nem aos trabalhadores e sem a sua devida auscultação, o que merece, desde já, repúdio e rejeição".
Segundo Nuno Almeida, o jardim Guerra Junqueiro, mais conhecido como Jardim da Estrela, "é um jardim de excelência da cidade", pelo que em 2014, quando a manutenção destes espaços passaram para as juntas de freguesia, "manteve-se na dependência da autarquia".
O sindicalista adiantou ainda que, na proposta de transferência de competências para a Junta de Freguesia da Estrela por um ano havia, como contrapartida, a transferência de 300.000 euros, "uma verba que a direção municipal dos Espaços Verdes não tem de certeza dedicada sequer a este jardim".
"Viemos aqui hoje com os trabalhadores porque ainda havia a situação de não sabermos o que ia acontecer a estes trabalhadores, se iriam para a junta ou o que iria acontecer com eles no futuro", acrescentou o responsável.
Segundo o sindicalista, depois de a proposta ter sido hoje retirada da discussão, o desejo é que venha a ser retirada definitivamente, até porque "estamos a menos de um ano das autárquicas e não se sabe se Carlos Moedas se irá ou não recandidatar".
"O que sabemos já é que o presidente da Junta da Estrela [Luís Newton] não se poderá candidatar a novo mandato, portanto nem o contrato que podia ser assinado iria ser levado até ao final", adiantou.
Nuno Almeida enalteceu ainda o trabalho dos 11 jardineiros no cuidado do Jardim da Estrela, que não só tratam da manutenção, bem como da vigilância do próprio espaço e também do parque infantil.
O Jardim da Estrela, assim como outros parques e jardins, dada a sua importância histórica e ambiental para a cidade, foi considerado estruturante para Lisboa no processo de reforma administrativa e de transferência de competências para as Juntas de Freguesia em 2014, tendo a sua gestão e manutenção continuado a cargo da Câmara Municipal de Lisboa.
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