O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse, esta sexta-feira, que tencionava marcar eleições Presidenciais para 25 de janeiro do próximo ano, repetindo que não podia ter preferências acerca dos candidatos.
"Eu não posso ter preferência em matéria de candidatos presidenciais. Eu tenho um voto, exercerei o meu voto daqui por menos de um ano, no dia 25 de janeiro", referiu aos jornalistas, em Campo Maior, distrito de Portalegre.
"Vai ser naturalmente um momento muito intenso - pelo número de candidatos já apresentados ou anunciados - e pelo tempo. Não me lembro de uma eleição presidencial que tenha começado tão cedo", disse, exemplificando com com a eleição de Jorge Sampaio, que "começou na primavera do ano anterior".
"Nós estamos no início do ano", apontou.
O chefe de Estado lembrou ainda que antes das Presidenciais há eleições autárquicas, e que este será um tempo de "grande debate, reflexão dos portugueses - sobre o mundo, Europa e Portugal. E com muito tempo para escolher".
Marcelo acabou ainda por falar em jeito de despedida sobre o seu tempo como Presidente, dizendo: "Distingui sempre aquilo que era a concordância e discordância política dos portugueses, houve períodos melhores e piores. No fim do mandato, o que fica é o lado afetivo. O fato de nos conhecermos há muitas décadas, antes e depois da televisão, depois da Presidência".
"O que ficou acaba por ser o lastro afetivo de conhecimento perante muitas décadas", sublinhou, dizendo que este mesmo lastro era o que ficava de todos os Presidentes.
A Segurança Interna (e o próximo Conselho de Estado)
Depois de, na quinta-feira, ter dito que iria esperar pela entrega do relatório de Segurança Interna, entregue no final de março no Parlamento, para convocar um Conselho de Estado, Marcelo foi questionado sobre se não achava que estava a ser instrumentalizado por partidos políticos. A pergunta surge depois de o líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, defender hoje que o Conselho de Estado não "pode nunca" ser convocado "a pedido" de um líder partidário.
"Há dúvidas sobre a questão da segurança. Há números contraditórios e nós ouvimos governantes, autarcas e políticos dizer uma coisa e outra. Ficamos sem saber quem tem razão - provavelmente têm todos, estão a falar de coisas diferentes", considerou.
Apontando 28 de março como o dia em que o documento vai ser discutido no Conselho de Segurança, antes de seguir para o Parlamento, Marcelo esclareceu: "Depois de conhecer os números, depois do debate nos órgãos, nomeadamente, no Parlamento - que tem uma palavra a dizer sobre isso -, estarei em condições de ponderar se sim ou não faz sentido levar ao Conselho de Estado [o assunto], se sim ou não vale a pena uma reflexão complementar. Pode ficar esclarecido logo na Assembleia da República".
"Se fizer sentido [discutir o tema], é do interesse nacional. Se não, não há reunião", atirou, desvalorizando críticas que possam surgir após o pedido do líder do Chega, André Ventura, para convocar um Conselho de Estado sobre a questão da segurança. "Sempre que entendi que fazia sentido, convoquei. Se não fizer sentido, não convoco", clarificou.
[Notícia atualizada às 18h23]
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