Babel. Malafaia confessa entrega de dinheiro em centro comercial do Porto

O empresário Paulo Malafaia, arguido no processo Babel, confessou hoje ter entregado dinheiro no NorteShopping ao advogado João Pedro Lopes, também arguido, dinheiro que sabia não ser para o ex-vice-presidente da Câmara de Gaia como aquele dizia ser.

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Lusa
18/02/2025 19:12 ‧ há 4 horas por Lusa

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Babel

Perante o coletivo de juízes do Tribunal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, Paulo Malafaia explicou que entregou 25 mil euros numa bolsa a João Pedro Lopes numa casa de banho daquele centro comercial, no Porto, a 23 de junho de 2021, dinheiro que era do empresário Elad Dror, fundador do Grupo Fortera.

 

O advogado já havia recebido, em janeiro de 2021, 25 mil euros, igualmente de Elad Dror, na sede da Fortera, referiu o arguido na 13.ª sessão do julgamento do caso relacionado com a alegada viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos na Câmara de Gaia.

Os 50 mil euros pagos a João Pedro Lopes, sem emissão de fatura a seu pedido, eram para pagar o acompanhamento que aquele fazia ao projeto Riverside que visa a construção de um condomínio, explicou.

"O doutor João Pedro Lopes disse que por motivos pessoais não podia passar fatura, mas o senhor Elad Dror insistiu para passar fatura e, depois, só a muito custo é que concordou", esclareceu.

Paulo Malafaia, em prisão preventiva desde maio de 2023, está acusado de 14 crimes, designadamente três crimes de corrupção ativa, três crimes de prevaricação, um de participação económica em negócio, um de branqueamento, um de tráfico de influência, um de abuso de poderes e de quatro crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem.

Segundo o Ministério Público (MP), os empresários Elad Dror e Paulo Malafaia "combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul", contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice-presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, igualmente arguido, que receberia, em troca, dinheiro e relógios.

O MP defende que o advogado João Pedro Lopes fazia a ponte de Paulo Malafaia e Elad Dror com Patrocínio Azevedo.

A acusação sustenta que Paulo Malafaia entregou a João Pedro Lopes no centro comercial 100 mil euros, e não 25 mil, dinheiro que seria para Patrocínio Azevedo.

Paulo Malafaia, que sublinhou que estava ali como intermediário entre os dois, contou que o advogado lhe deu a entender que o dinheiro seria para dar ao ex-autarca, algo em que nunca acreditou.

"Deu a entender que precisava do dinheiro para o engenheiro Patrocínio Azevedo, algo em que nunca acreditei, mas não confrontei ninguém", frisou.

No processo Babel está em causa a suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em Vila Nova de Gaia em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, pelo menos até 2022, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário.

Leia Também: Malafaia assume "pura bazófia" quando dizia que ex-vice facilitava processos

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