Pinto Moreira nega encontro com Pessegueiro onde teria recebido 50.000€

O ex-presidente da Câmara de Espinho Pinto Moreira, arguido no processo Vórtex, negou hoje o encontro com Francisco Pessegueiro, onde teria recebido 50 mil euros, porque à mesma hora estava na inauguração de uma exposição.

Notícia

© Pedro Correia/Global Imagens

Lusa
21/02/2025 19:09 ‧ ontem por Lusa

País

Vortex

"Não me encontrei com o senhor Francisco Pessegueiro. Só estive uma vez sozinho com o senhor Francisco Pessegueiro e não foi desta vez", referiu o arguido, durante a 21.ª sessão do julgamento do caso de corrupção daquela autarquia do distrito de Aveiro, que está a decorrer no Tribunal de Espinho.

 

A acusação do Ministério Público (MP) refere que no dia 27 de novembro de 2020, pelas 19:00, Francisco Pessegueiro encontrou-se com Pinto Moreira num café em São Félix da Marinha (Vila Nova de Gaia) onde lhe entregou 50 mil euros em dinheiro, pelas suas "'demarches' políticas" no licenciamento de obras.

O arguido, que começou hoje a prestar declarações, explicou que nesse dia esteve toda a tarde na autarquia e ao final da tarde deslocou-se na viatura oficial da Câmara com o motorista para o Fórum de Arte e Cultura de Espinho, situado a cerca de dois quilómetros do café onde o MP diz que ocorreu o encontro.

Pinto Moreira explicou que foi inaugurar uma exposição do fotógrafo Alfredo Cunha, que terminou depois das 19:30, e dali foi para casa.

O ex-autarca confirmou ainda ter recebido mensagens de Pessegueiro a pedir-lhe uma reunião para esse dia, tendo sugerido o café que surge na acusação do MP, mas vincou que o encontro acabou por não se realizar, porque saiu da exposição tarde.

Pinto Moreira negou igualmente ter-se comprometido a atuar de acordo com os interesses de Pessegueiro e do arquiteto João Rodrigues, coarguidos no processo, permitindo decisões céleres e favoráveis nos processos urbanísticos que fossem submetidos à Câmara, mediante o recebimento de contrapartidas em dinheiro, como refere a acusação.

Pinto Moreira é o quinto arguido a prestar declarações, depois de Francisco Pessegueiro, João Rodrigues e Costa Pereira, este último em representação da sociedade arguida JRCP, Lda., e o empresário Paulo Malafaia.

O processo Vórtex está relacionado com "projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos".

A operação culminou em 10 de janeiro de 2023 com a detenção do então presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), o chefe da Divisão de Urbanismo e Ambiente daquela autarquia, um arquiteto e dois empresários por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.

Em 10 de julho do mesmo ano, o Ministério Público deduziu acusação contra oito arguidos e cinco empresas, incluindo dois ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis e Pinto Moreira, que também viria a ser constituído arguido no âmbito deste processo, após ter sido ouvido no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto.

Leia Também: Vórtex. Pinto Moreira diz que não é corrompível, nem subornável

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas