Este protesto acontece na sequência da greve dos guardas prisionais, que decorre desde dezembro do ano passado e que foi prolongada para o mês de março. De acordo com o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, que já entregou o pré-aviso de greve para continuar a paralisação, os trabalhadores entendem que continuam por garantir as condições de segurança, essencialmente relacionadas com "as agressões a elementos do Corpo da Guarda Prisional".
Neste contexto, a APAR tem denunciado vários episódios que considera que são consequência da paralisação dos guardas e que não respeitam a dignidade dos reclusos.
Em declarações à Lusa, o advogado Ricardo Serrano Vieira, que faz parte do grupo que estará no protesto de apoio aos presos, explicou que "o não cumprimento dos 'serviços mínimos' tem, entre outros problemas, impedido que os reclusos mudem de roupa de cama, porque a lavandaria está fechada, e de vestuário, porque as famílias estão impedidas de levar a roupa suja ou de trazer a lavada".
Segundo a APAR, a greve dos guardas prisionais obrigou ao encerramento da lavandaria e os reclusos estão, por isso, sem poder lavar roupa há mais de 70 dias. Além disso, chegaram a ser impedidas as saídas das celas para os recreios, por falta de guardas prisionais. Segundo a associação, as duas horas de recreio para os reclusos já estão a ser cumpridas, depois de ter sido aceite participação ao Ministério Público, que foi entregue em mãos ao Procurador-Geral da República, pelo incumprimento dos serviços mínimos, mas permanecem outras divergências sobre os serviços mínimos entre os guardas prisionais e a APAR.
Entretanto, a Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça (IGSJ) abriu um processo por alegado abuso de poder pela direção da prisão do Linhó, por ter exigido a guardas em greve que recebessem sacos de roupa levados por visitantes para os reclusos.
Na origem do processo está uma queixa apresentada em 29 de janeiro pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) contra a diretora do Estabelecimento Prisional do Linhó.
Segundo a participação, a diretora da prisão fixou, ao arrepio da decisão arbitral, "um novo serviço mínimo, sob coação, determinando que fosse assegurada a entrega e o recebimento de um saco com roupa dos visitantes".
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