Vialonga, Vila Franca de Xira, 09 nov - Surpresa e consternação eram os sentimentos dominantes esta manhã na corporação de bombeiros de Vialonga, Vila Franca de Xira, à qual pertencia o homem de 59 anos que faleceu no sábado vítima de legionella.
A bactéria legionella desenvolve-se em meio aquático e a infeção ocorre por inalação de gotículas contaminadas, não pela ingestão de água, causando pneumonias, com febre alta, arrepios, dores de cabeça e musculares como sintomas.
Até agora, deste surto resultou uma vítima mortal, um homem de 59 anos, fumador e com antecedentes de problemas respiratórios, que era bombeiro na reserva e ia retomar na segunda-feira a atividade no quartel de Vialonga, segundo contou à agência Lusa o comandante da corporação, Luís Rodrigues.
"É um momento muito difícil. Não estávamos preparados para esta notícia. O Fernando estava afastado, mas ia regressar amanhã (segunda-feira) para assumir a manutenção das viaturas", disse.
Luís Rodrigues adiantou que os colegas aguardam por informações sobre a autópsia do antigo bombeiro, não existindo ainda data para o funeral.
"Não temos ideia, mas vamos aguardar por uma resposta", apontou.
Nenhum dos bombeiros presentes no quartel quis prestar declarações à agência Lusa, mas podia constatar-se um ambiente de tristeza entre os membros da corporação.
Á entrada do quartel, uma bandeira de Portugal encontrava-se a meia-haste como forma de assinalar o luto.
O comandante dos bombeiros de Vialonga referiu ainda que a corporação tem tido nos últimos dias um papel bastante ativo e que desde quinta-feira já transportou para o hospital de Vila Franca de Xira 19 doentes com sintomas de legionella.
"Vamos continuar atentos e a fazer o que for preciso. Como foi noticiado, nos próximos dias poderão existir mais casos", sublinhou.
A quase totalidade dos casos detetados de legionella está concentrada na área de Vila Franca de Xira, nomeadamente nas localidades de Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa.
Dos 90 casos detetados, 59 estão internados no Hospital de Vila Franca de Xira e os restantes estão espalhados por todos os hospitais da Grande Lisboa, como o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, o hospital de Amadora-Sintra, o hospital das Descobertas e o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.