“Depois de durante muitos anos nunca se ter pensado em medidas e incentivos que apoiassem o regresso de portugueses que emigraram”, afirmou Pedro Lomba, em entrevista no programa ‘Política Mesmo’ da TVI 24. “Nós hoje, pela primeira vez, resolvemos inscrever muitas dessas medidas no quadro de fundos comunitários. Isso nunca tinha acontecido antes”, acrescentou.
O secretário de Estado com a pasta da imigração falava das novas medidas neste âmbito e, quando questionado sobre o porquê destas medidas terem surgido agora, uma vez que a emigração está a aumentar desde 2010, o responsável relembrou que “Portugal sempre teve emigração”.
“Aumentou no final da última década porque o país economicamente ficou numa situação estagnada e portanto o resultado foi esse. (…) Nós estamos hoje mais fortes, estamos a crescer, com uma confiança que não havia no passado”, adiantou.
“Agora que o país está a recuperar nós não podíamos esquecer completamente os portugueses que saíram. (…) Não tínhamos antes a elegibilidade para muitas destas medidas para portugueses que emigraram”, explicou.
O secretário de Estado responde, quando inquirido sobre o que se poderia ter feito para que os portugueses não emigrassem, que “não foi só em Portugal que, nos últimos anos, tem havido emigração” e sublinhou que é um fenómeno que aconteceu por todo o mundo.
“Numa situação de crise económica há sempre nacionais que saem. Acontece em todos os países e aconteceu em Portugal”, indicou.
Pedro Lombra acrescenta ainda que a mobilidade é um fator positivo mas tem que incluir o regresso.
Paulo Magalhães recordou as palavras de Maria Luís Albuquerque, quando afirmou que os licenciados tinham o mundo inteiro à sua disposição, e perguntou que dicotomia era esta, entre um Governo que quer que os emigrantes voltem mas também os “convida a sair”.
“Acabou de citar uma frase onde eu não vejo nenhuma mensagem de encorajamento à saída. Vejo uma coisa elementar: a possibilidade de poder estar em Portugal e trabalhar noutros países ou ganhar experiência noutros países”, indicou, reiterando que nunca houve encorajamento à saída de portugueses.