O balanço da adesão à greve pela reposição das 35 horas semanais foi feito pelo presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), José Carlos Martins, em declarações aos jornalistas junto ao hospital de São José, em Lisboa.
Os dados disponibilizados pelo Sindicato dizem respeito apenas à paralisação dos enfermeiros nos hospitais, uma vez que não estão disponíveis ainda os referentes aos centros de saúde.
"Estes dados, que poderão elevar-se, confirmam a enorme insatisfação dos enfermeiros com as 40 horas de trabalho, que os levou a trabalhar 30 a 40 dias a mais por ano, eliminando tempos de repouso imprescindíveis à qualidade dos cuidados ao cidadão", afirmou José Carlos Martins.
Os enfermeiros estão em greve pela reposição das 35 horas de trabalho semanais a todos estes profissionais, independentemente do seu vínculo laboral.
O SEP pretende que as 35 horas se "apliquem no mais curto espaço de tempo" e apela ainda ao recrutamento de enfermeiros nalguns hospitais, que já foi reconhecido como necessário pelo próprio ministro da Saúde.
"Os projetos de lei estão na Assembleia da República e não dão integralmente resposta a estas questões. Temos solicitado reunião ao Ministério da Saúde e até ontem [quinta-feira] não tinha sido marcada. O senhor ministro marcou-a, cinco horas do início greve, para 16 de fevereiro", disse José Carlos Martins.
O dirigente sindical vincou que os enfermeiros são os trabalhadores da administração pública com mais volume de profissionais a trabalhar por turnos (cerca de 25 mil). Com a imposição das 40 horas de trabalho semanais, cerca de 3.000 enfermeiros deixaram de fazer turnos.
A greve da função pública, marcada pela Federação Nacional da Função Pública (Fesap), abrange também todos os trabalhadores não docentes das escolas, mesmo os funcionários que já trabalham 35 horas por semana.