"As entidades públicas não podem-se abstrair da construção da nova ala pediátrica. Temos o projeto de apoio por parte da sociedade civil denominado 'o Joãozinho', mas as entidades públicas têm de assumir que 'o Joãozinho' é a nova ala pediátrica do São João", disse Miguel Santos.
O deputado social-democrata falava aos jornalistas no final de uma reunião com a administração do Centro Hospitalar de São João, cujo objetivo era analisar em que ponto se encontra aquele projeto, nomeadamente as razões e motivos de suspensão da respetiva empreitada.
Segundo Miguel Santos, a administração do centro hospitalar esclareceu que a obra acabou suspensa por "incompatibilidades técnicas, de compatibilização do andamento dos trabalhos com a necessidade deslocalização do serviço que está neste momento a ocupar um dos edifícios".
"Com alguma dificuldade de antever a continuidade da obra, ou seja o arranque da fase seguinte, a administração tem algum receio de deslocar o serviço e depois a obra não ter essa continuidade", acrescentou o deputado.
O PSD defende que "é necessário uma ala pediátrica. O projeto não previa investimento público, mas agora a administração considera que tem de haver uma componente pública. O que é preciso é que haja uma solução para a conclusão do projeto e que cada um assuma as suas responsabilidades".
"Estamos verdadeiramente preocupados com este projeto. Vamos questionar o Governo por escrito, de uma forma formal, que é para temos uma certeza maior nas respostas", sublinhou.
Em causa está uma empreitada que é financiada por fundos privados, angariados através da Associação Humanitária "Um Lugar Pró Joãozinho".
O novo espaço destinado ao internamento pediátrico do CHSJ, que funciona desde 2011 em contentores, prevê a construção de três novos pisos sobre dois já existentes numa zona integrada do edifício principal do hospital, perto da urgência pediátrica.
As obras da nova ala pediátrica arrancaram em novembro de 2015 e foram suspensas no início de março porque, segundo a associação, o Centro Hospitalar não libertou o espaço necessário à sua continuação, mas este, em comunicado, garantiu que "não há razões imputáveis ao CHSJ que justifiquem a paragem dos trabalhos".
O CHSJ considerou mesmo, na mesma nota, que as obras suspensas só serão possíveis com recurso a investimento público.