No comentário habitual na antena da SIC, Miguel Sousa Tavares mostrou-se indignado com o tema da viagem de finalistas, que marcou o final da semana e, na sua opinião, nenhuma das partes envolvidas tem razão.
“Não subscrevo esta onda de patriotismo a propósito disto”, começou por dizer, acrescentando que “é lamentável, é um espetáculo lamentável”. “Estamos na boca do noticiário internacional pelas piores razões e não tenho pena de nenhuma das partes, nem da agência que organiza estes tours alcoólicos, nem dos hotéis que se dispõem a recebê-los, nem obviamente dos estudantes”, justificou o escritor.
Realçando que não é moralista, Sousa Tavares foi perentório: “Acho que os miúdos têm todo o direito de se divertir, mas de vez em quando deviam pensar que, na mesma altura, jovens da idade deles estão a morrer bombardeados na Síria, estão a morrer a atravessar o Mediterrâneo, estão a tentar lutar por coisas absolutamente essenciais que não são beber 20 litros de álcool numa tarde ou noite, é comer um pão por dia”.
“Não tenho a menor paciência para contemporizar com isto”, atirou, frisando que “é fundamental isto ser esquecido e não ser repetido”.
“Para mim não há diferença nenhuma entre isto e as praxes”, referiu Sousa Tavares, considerando, por isso, que esta atitude deveria ser tão julgada como as praxes universitárias.