"Nós vivemos muito Fátima e há aqui uma grande devoção a Nossa Senhora de Fátima", afirmou Franciscus Kopong Kung, em declarações à Lusa por telefone.
"Nós vamos celebrar os 100 anos das aparições em Fátima. Eu não irei a Portugal, mas vamos comemorar aqui numa importante ligação espiritual entre os dois países", explicou o bispo indonésio, recordando que a ilha das Flores tem uma grande tradição católica e de cultos marianos.
"Nossa Senhora é uma presença muito forte na vida das pessoas daqui, porque também há registo de aparições há muitos séculos, ainda antes da colonização portuguesa", salientou o prelado.
Até 1851, a ilha das Flores fazia parte do império português e foi vendida aos holandeses pelo governador de Timor sem consentimento da coroa portuguesa.
A herança portuguesa naquela zona é visível na traça colonial, mas também presença do catolicismo, com manifestações de fé muito intensa particularmente nas celebrações da Semana Santa.
Larantuca é igualmente conhecida pela tradição, com mais de dois séculos, de rezar o terço em língua portuguesa, algo que acontece todos os sábados na "Gereja Tuan Ma" ou Capela da Senhora Mãe.
Hoje, no maior país muçulmano do mundo, o número de católicos está a crescer de um modo regular, mas sem colocar em causa a relação com outras religiões, sustentou Franciscus Kopong Kung.
"Existem boas relações entre religiões de diferentes fés", mas a "igreja católica está a crescer" porque os "cristãos são muito unidos da defesa das suas crenças" e na "divulgação da mensagem de Cristo", considerou o bispo.
O papa Francisco participa na sexta-feira e no sábado nas celebrações dos 100 anos das "aparições" marianas na Cova da Iria, naquela que será a sua primeira visita a Portugal.
No dia 13, Francisco irá presidir às cerimónias de canonização de Francisco e Jacinta Marto, duas das três crianças que estiveram na origem do fenómeno de Fátima, em 1917.