O advogado da mãe de Dylan Silva, um dos recrutas que morreu durante o curso dos Comandos, manifestou não estar surpreendido com a decisão do tribunal de levar os 19 arguidos do caso a julgamento.
"Não fico surpreendido porque a acusação já era forte, mas é inédito termos alguém que deu instrução militar, que vai para julgamento e arrisca-se ser condenado, por ter feito, entre outras coisas, alguns instruendos rastejar nas silvas”, disse Miguel Santos Pereira.
No seu entender, todo o processo pode ter influências em toda a instrução militar do regimento de Comandos que é dada já há uma série de anos. “Eventualmente, [a instrução militar] terá que ser repensada”.
À imagem da defesa de Hugo Abreu, também o advogado da mãe de Dylan Silva elogiou a acusação. “Esta acusação foi um trabalho monstruoso e tem muito detalhe e foi feito em tempo recorde”.
“Na medida em que esta situação vai fazer justiça em memória do filho, e para que estes casos não se voltem a repetir, claro que sim [que a mãe de Dylan fica satisfeita com a decisão de hoje].
“A dona Lucinda não está aqui à procura de vingança, está aqui por justiça”, vincou, sublinhando que é sua convicção que os instruendos morreram porque não lhes foram prestados os devidos cuidados.
“Cabe aos tribunais dizerem se temos ou não razão”, declarou, detalhando o valor da indemnização pedida contra o Estado: 400 mil euros.