Luta e resistência. Bolsonaro venceu e por cá políticos reagiram assim

Depois de anunciada a vitória do candidato do Partido Social-Liberal nas eleições brasileiras, vários foram os políticos portugueses que recorreram às redes sociais para expressar a sua opinião e manifestar apoio ao povo brasileiro.

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Filipa Matias Pereira
29/10/2018 08:30 ‧ 29/10/2018 por Filipa Matias Pereira

Política

Redes Sociais

Terminou a dúvida no Brasil. Terminaram as campanhas populares que se ‘digladiavam’ nas ruas em defesa ora do candidato do PT (Partido dos Trabalhadores), ora do PSL (Partido Social Liberal). Na segunda volta das eleições, este domingo, o candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República Federativa do Brasil, conquistando a liderança com 55,1% dos votos, enquanto Fernando Haddad (PT, Esquerda), não foi além de 44,9%.

Por cá, vários foram os deputados que, nas suas páginas oficiais de Facebook, expressaram a opinião e, sobretudo, o apoio ao povo brasileiro com quem Portugal partilha, naturalmente, uma ligação umbilical.

Para Rui Tavares, “é impossível ver os democratas brasileiros a dar tudo por tudo para derrotar o fascismo no Brasil e travar-lhe o caminho no mundo sem sentir uma profunda gratidão”. Apesar de estar longe, o antigo eurodeputado confessa que nunca se sentiu tão “próximo do Brasil, tão angustiado e preocupado”. A partir desta segunda-feira, “aconteça o que acontecer, temos de transformar essa mobilização em solidariedade pela democracia e pelos direitos humanos em todos os países de língua portuguesa”, apela.

Isabel Moreira, por sua vez, começa por recordar que, no seu entendimento, “não há liberdade sem libertação da pobreza, sem libertação da miséria”. A socialista defendeu que “o fascismo explora o desespero, inventa um mito - no Brasil foi o da segurança garantida - e transforma-o em utopia”. E, acrescenta ainda, “todas as utopias estão condenadas a transformarem-se em distopias. Mas há um momento em que movem massas, oleadas no medo que hoje chega a cada pessoa por WhatsApp e por fake news. Deixa de haver ‘cada pessoa’. Trata-se de salvar o coletivo inventado de um medo/arma. Para isso encontram- se os culpados. A culpa está onde está o medo/arma: está na favela; está nas mulheres; está na comunidade LGBT; está nos negros; está, afinal, na diferença. Está no que difere do coletivo inventado, idealizado”.

É por estes motivos, acredita Isabel Moreira, que “a democracia se faz todos os dias”, “lutando pela libertação da pobreza e por isso pela liberdade. Lutando por fazer da diferença uma professora constante. Lutando por dar visibilidade quotidiana às minorias, porque não as podemos defender 'in extremis' quando ninguém deu por elas. Lutando por produzir pensamento político, social e histórico. Reparando o passado, construindo o presente, cuidando do futuro. Lutemos sempre . Todas e todos”.

José Soeiro começa, na sua publicação, por confessar que tem muitos amigos e amigas no Brasil, pessoas que “ama muito”. “O meu coração está com eles”, confessa. Mas a “tristeza e a raiva também”. Apesar das circunstâncias, “sei que não os calarão, sei que não vão intimidar-se”, faz sobressair. José Soeiro sabe ainda que alguns “estão de cabeça mais levantada que nunca, apesar da derrota”. Por isso, a “resistência é agora uma obrigação quotidiana”, desabafa em jeito de apelo.

Ao mesmo tempo que “as lágrimas correm, há uma força imensa, maior, que é a de sabermos que somos muitos, fortes, que é hora de juntar forças, que eles nem sabem o que terão pela frente. A resistência será ativa. Será múltipla. Será também internacional. Estamos juntos”, termina.

Já Carlos Abreu Amorim, ao longo deste domingo, foi partilhando com os seus seguidores as “coisas fantásticas” que aprendeu nestas eleições brasileiras. Entre elas está o facto de, de acordo com “o ‘politicamente correto’ nacional, face à tendência de voto dos emigrantes brasileiros em Portugal temos de investigar urgentemente quem é esta gente e o que faz aqui”.

O social-democrata defende ainda que “a censura, sobretudo às redes sociais ‘descontroladas’, passou a ser um instrumento idóneo e aconselhável no combate político da Esquerda e dos eternos idiotas úteis que dizem não o ser mas que os costumam acompanhar”.

O presidente da delegação do Parlamento Europeu para as Relações com o Mercosul, Francisco Assis, lamentou a eleição de Jair Bolsonaro, considerando que a significa "um grande retrocesso na vida política brasileira".

A deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua apelou este domingo para a "vigilância total" da comunidade internacional perante uma possível "degradação democrática" no Brasil após as eleições. 

O líder do Partido Nacional Renovador (PNR) enviou, através da rede Twitter, "parabéns" ao Presidente brasileiro eleito, Jair Bolsonaro, e ao Brasil, pela escolha eleitoral.

Já eurodeputado do PCP João Pimenta afirmou hoje que a unidade entre o movimento progressista e democrático brasileiro e os partidos que apoiaram a candidatura de Fernando Haddad estão preparados para iniciar hoje a "resistência" à repressão no Brasil.

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