Na apresentação do seu livro "O Dia a Seguir - Nunca é Tarde Demais", no Porto, Luís Filipe Menezes, antigo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, manifestou total apoio a Rui Rio e ao seu partido de sempre.
"O que digo no livro é a verdade. O presidente do partido [Rui Rio] atacou-me fortemente e, algumas vezes, ofendeu-me, mas eu não tenho qualquer problema em achar que o ataquei tantas vezes quantas vezes ele me atacou a mim e que o ofendi tantas vezes quantas ele me ofendeu. Por isso, seria absolutamente absurdo que fosse uma querela pessoal que me fizesse desligar do partido que ajudei a fundar e em que continuo a acreditar", afirmou.
As querelas são para ser tratadas entre os dois, frisou, reforçando que o Rui Rio é um "excelente candidato a primeiro-ministro por variadíssimas razões".
"Mas, se não houvesse outras razões, porque o assunto seriedade e transparência na vida pública está aí, se há dirigente político em Portugal que nessa matéria é intocável acho que é, entre os líderes partidários, manifestamente o doutor Rui Rio", salientou.
Sobre a recente polémica em torno da recuperação do tempo de serviço dos professores, cujo diploma foi chumbado na Assembleia da República com os votos contra do PS, PSD e CDS-PP, Luís Filipe Menezes referiu que Rui Rio foi "bastante atacado" por muitos dos seus "recentes admiradores" porque em 24 horas achavam que tinham encontrado uma oportunidade para "lhe cair em cima".
"Se Rui Rio não tivesse apoiado de forma clara e drástica os professores, os títulos seriam o 'passismo regressou ao PSD', se lhes tivesse dado apoio radical os comentários eram que, 'o das boas contas, agora ia lançar o país no pântano do descontrolo financeiro'", ressalvou.
Na opinião de Menezes, o líder do PSD seria "preso por ter cão e por não ter", assumindo, contudo, que no seu lugar teria feito uma leitura legendada um pouco diferente do ponto de vista da argumentação.
O Conselho Nacional, realizado em janeiro, ficou marcado pelo surpreendente abraço entre Luís Filipe Menezes a Rui Rio, eternos rivais.
No discurso, Luís Filipe Menezes reconheceu ao PSD, como ao PS, um papel histórico que estão a desempenhar bem , porque fazem com que Portugal seja o único país dos poucos Estados da Europa onde os populismos extremistas não estão a conseguir entrar.
"Isso tem a ver com a solidez dos dois principais partidos do sistema e, nomeadamente, do PSD", considerou
Perante uma plateia com cerca de 200 pessoas, onde estava o secretário-geral do partido, José Silvano, e o vice-presidente e líder da distrital de Aveiro, Salvador Malheiro, o social-democrata assumiu que o seu discurso esteve "menos fluido" do que é habitual, porque à chegada tinha dois agentes policiais para lhe entregarem uma notificação.
"A notificação é para eu ser testemunha de um processo entre o presidente da Câmara Municipal de Gaia [PS] e alguém com quem ele anda à bulha, se bem que ele anda à bulha com metade de Gaia", comentou.