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"Aquilo que mais me marcou na vida foi a queda da ponte de Entre-os-Rios"

Jorge Coelho, que agora se dedica à sua queijaria - "o projeto da sua vida"-, esteve esta manhã na 'casa' de Cristina Ferreira, na SIC, sublinhando que o episódio que mais o marcou na vida "foi a queda da ponte de Entre-os-Rios". "Não teria coragem de olhar mais para mim se eu não tivesse tomado a decisão que tomei", assegura.

"Aquilo que mais me marcou na vida foi a queda da ponte de Entre-os-Rios"

Cristina Ferreira recebeu esta terça-feira no seu programa das manhãs da SIC o político Jorge Coelho, que esteve no formato para falar publicamente sobre a sua nova vida.

A nova vida de Jorge Coelho

Como forma de homenagear o avô Raul, que era afinador de queijos, Jorge Coelho abriu em 2016 a sua própria queijaria na sua terra natal, Mangualde.

“O meu pai morreu quando eu tinha sete anos e o meu avô foi uma referência na minha família, embora - quero aqui dizer com clareza - a grande referência da minha vida tenha sido a minha mãe”, começou por explicar.

“Este é o projeto da minha vida”, garante.

A luta contra o cancro

O cancro não operável que enfrentou há uns anos foi igualmente tema de conversa. Uma situação ultrapassada, onde os momentos mais delicados foram vividos nas salas de tratamento em que tinha de ver crianças passarem pelo mesmo. “Quando ia fazer os tratamentos de quimioterapia e radioterapia o que mais me custava eram as crianças”, recorda.

"Aquilo que mais me marcou na vida foi a queda da ponte de Entre-os-Rios"

Jorge Coelho não deu por terminada a conversa com Cristina Ferreira sem falar naquele que foi o momento que mais o marcou em toda a sua vida. "Eu não posso deixar de referir aqui que, infelizmente, aquilo que mais me marcou na vida foi a queda da ponte de Entre-os-Rios", diz. 

Na época em que o acidente aconteceu, em 2001, Jorge Coelho era ministro do Equipamento Social, cargo que escolheu abandonar na sequência da tragédia. "Não teria coragem de olhar mais para mim se eu não tivesse tomado a decisão que tomei, embora não tivesse culpa nenhuma", assegura.

"Isto não passa nunca, eu tomei a decisão que tomei de me demitir de forma irreversível do governo e da vida política. Acabou ali a vida política. Essa questão de um dia vir a ser primeiro-ministro acabou naquele dia".

"Tenho orgulho em mim de ter feito aquilo, se não tivesse feito o que fiz sentiria uma enorme vergonha", reforça.

"Morreram mais de 50 pessoas por ineficácia de quem deveria ter tratado do assunto e não tratou", lamenta, defendendo a ideia de que deveria ter sido tomada mais cedo a "decisão radical" de se tratarem todos os equipamentos públicos de forma a evitar situações semelhantes. 

Há cerca de um ano, Jorge Coelho foi convidado pelo presidente de Vila Nova de Paiva a voltar a Entre-os-Rios e é com emoção, e já de lágrimas nos olhos, que recorda a forma carinhosa como foi recebido pela população. 

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