"Chegou ao conhecimento do Bloco de Esquerda que a Câmara Municipal de Águeda não estará a cumprir com as determinações (relativas à Covid-19). Por exemplo, esta autarquia não terá permitido o teletrabalho a nenhum dos seus funcionários, mesmo quando vários equipamentos municipais foram encerrados ao público", denuncia o BE.
Segundo os bloquistas, há também questões como a divisão dos trabalhadores em dois turnos, "mas que, afinal têm horários coincidentes, e por isso se cruzam", bem como a existência de trabalhadores a partilhar o mesmo gabinete "com três ou quatro pessoas, sem que tenham sido reforçadas as medidas de higienização, tanto das mãos, como das superfícies".
"Há trabalhadores de maior risco que continuam a ter que se apresentar, fisicamente, ao trabalho e há também episódios de trabalhadores que partilham a mesma viatura em trabalho, sem se saber se foram reforçadas as medidas de saúde e segurança nestes casos", descreve o Bloco de Esquerda que exige explicações por parte da autarquia, em requerimento apresentado através da Assembleia da República.
Contactada pela Lusa, a Câmara de Águeda, liderada por Jorge Almeida, eleito pelo movimento "Juntos", assegura que "para além do cuidado com todos os funcionários, tem dezenas de trabalhadores em regime de teletrabalho e, para os restantes, adotou medidas de cumprimento de horários alternados, em jornada contínua e com redução do período laboral".
"As acusações são completamente infundadas e denotam, para além de falta de rigor e de informação, uma indolência a que o BE já nos tem habituado, porque bastaria questionar os serviços da Câmara para ser esclarecido. Mas a preocupação do BE é meramente política, numa tentativa de mostrar que está ativo e procura, essencialmente, criar ruído junto da opinião pública", reage o executivo municipal de Jorge Almeida.
De acordo com o esclarecimento enviado à Lusa, a Câmara de Águeda "tem agido não só em conformidade com todas as determinações legais, como tem desenvolvido esforços institucionais e pessoais para garantir a segurança de pessoas e bens, sejam eles funcionários da Câmara, utentes das várias instituições do concelho ou a população em geral."
Portugal contabiliza 820 mortos associados à covid-19 em 22.353 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia, sendo 42 confirmações relativas ao Concelho de Águeda.