Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação do programa eleitoral da AD -- Coligação PSD/CDS para as legislativas de 18 de maio, o mandatário financeiro dos sociais-democratas, Ricardo Carvalho, assegurou que não houve qualquer ilegalidade no financiamento partido, uma vez que os donativos são todos feitos a título individual e não por empresas.
Questionado sobre a acusação do porta-voz da candidatura do PS, Marcos Perestrello, de o PSD de revelar um "padrão de falta de ética" e de uma "promiscuidade profunda" entre o que é do partido, do primeiro-ministro e do Estado, o mandatário financeiro do PSD comentou: "não há promiscuidade nenhuma".
Em causa, na acusação dos socialistas, está uma notícia do Expresso de que o maior cliente da empresa do primeiro-ministro, Luís Montenegro, está entre os principais doadores do PSD.
Ricardo Carvalho garantiu que o partido "nunca teve financiamento de qualquer empresa", tendo havido situações em que teve de devolver donativos "porque não era possível identificar a sua origem", e salientou que a atual direção dos sociais-democratas "é das direções com menos donativos dos últimos dez anos"
O mandatário financeiro do PSD, que ocupa o cargo desde que Luís Montenegro assumiu a liderança do partido no verão de 2022, enfatizou que o pico de donativos ao partido foi em 2021, em ano de eleições autárquicas e num momento "muito anterior" à tomada de posse da atual direção.
"Em junho de 2022 esta direção toma posse. O valor é significativamente inferior. Aliás, nós, em 2021, temos 480 mil euros em donativos, o que é normal, porque é um ano de eleições autárquicas. É normal as estruturas do partido procurarem donativos para fazer face às despesas das eleições autárquicas, porque, normalmente, os orçamento não são suficientes. E, a partir daí, há uma diminuição significativa do volume de donativos", acrescentou o também secretário-geral adjunto do PSD.
O mandatário financeiro do PSD divulgou também que, em 2023, o partido registou donativos de 104 mil euros e, no ano passado, as doações chegaram aos 174 mil euros.
Questionado sobre o volume dos donativos em Braga, Ricardo Carvalho disse que "há estrutura mais dinâmicas que outras" e que a estrutura bracarense é um desses exemplos e sublinhou que os donativos são, normalmente, distribuídos às estruturas locais para "financiar a sua atividade normal pagar rendas, pagar água, luz, telecomunicações".
O social-democrata defendeu que não se pode "criar a imagem de suspeição sobre pessoas que gostam de apoiar os partidos e que fazem as suas doações de acordo com a lei" e lançou o desafio para que se consultem também as listas de doadores do PS ou do Chega.
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