Bloco acusa TAP de transformar Porto num "apeadeiro" ao serviço de Lisboa

O Bloco de Esquerda (BE) criticou hoje a estratégia da TAP para o Aeroporto do Porto, acusando a companhia aérea nacional de transformar aquela estrutura numa "espécie de apeadeiro ao serviço do Aeroporto de Lisboa".

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Lusa
26/05/2020 12:04 ‧ 26/05/2020 por Lusa

Política

Aeroportos

Em declarações aos jornalistas, no Porto, o deputado do BE José Soeiro defendeu que a estratégia da TAP de "desvalorização completa do Porto" e de concentração da operação na capital "não corresponde ao que devia ser uma política equilibrada de uma empresa" que tem um papel importante para todo o país.

O plano de retoma das operações da transportadora aérea foi conhecido na segunda-feira e prevê 27 voos semanais até ao final de junho e 247 no mês seguinte, sendo a maioria de Lisboa.

"E por isso é que nós fomos sempre contra a privatização da TAP, mas também da privatização de uma estrutura aeroportuária, aqui no Porto concretamente, onde, nos últimos anos, houve um investimento de dinheiro público na ordem dos 500 milhões e que está a ser cada vez mais colocada basicamente ao serviço das empresas 'low cost'", afirmou o bloquista à margem de uma conferência de imprensa de apresentação de um programa de resposta à crise sanitária, económica e social para o distrito do Porto.

O Bloco, que no final de abril apresentou um projeto de lei com vista à nacionalização da TAP, considera que "a política da TAP é inaceitável" e que "o modo como tem vindo a ser gerido o aeroporto" do Porto é "errado".

Por estas razões, o partido defende que a nacionalização da TAP deve vir "naturalmente" acompanhada de uma intervenção direta na gestão da empresa, e "não como tem acontecido".

A companhia aérea já tem a informação da retoma da atividade disponível no seu 'site', avisando que as rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.

O plano da TAP para julho prevê a reposição das ligações diretas do Porto a Paris, Luxemburgo e à Madeira.

A transportadora aérea tem a sua operação praticamente parada desde o início da pandemia, à imagem do que aconteceu com as restantes companhias, prejudicadas pelo confinamento e pelo encerramento de fronteiras para conter a covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 344 mil mortos e infetou mais de 5,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,1 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.330 pessoas das 30.788 confirmadas como infetadas, e há 17.822 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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